Israel encurralou 1,7 dos 2,3 milhões de palestinos de Gaza em Rafah e agora bombardeia criminosamente a população civil desta cidade
O governo brasileiro, através de nota do Itamaraty, criticou os bombardeios israelenses contra a cidade de Rafah, em Gaza
“O governo brasileiro recebe, com grande preocupação, o recente anúncio, por parte de autoridades israelenses, de preparação de nova operação militar terrestre em Gaza, desta vez no Sul, na região de Rafah, na fronteira com o Egito”, adverte o Itamaraty em nota.
Mais de 100 palestinos foram assassinados e 230 feridos em Rafah por pelo menos 50 ataques aéreos realizados por Israel entre domingo e segunda-feira (11 e 12)
“Tal operação, se levada a cabo, terá como graves consequências, além de novas vítimas civis, um novo movimento de deslocamento forçado de centenas de milhares de palestinos”, prossegue.
“O governo brasileiro reitera sua conclamação em favor da cessação das hostilidades e da libertação dos reféns em poder do Hamas como passos para a superação da crise humanitária em Gaza”.
Israel encurralou 1,7 dos 2,3 milhões de palestinos de Gaza em Rafah e agora ataca criminosamente a população civil. Mais de 100 palestinos foram assassinados e 230 feridos em Rafah por pelo menos 50 ataques aéreos realizados por Israel entre domingo e segunda-feira (11 e 12).
É mais um passo do regime sionista no plano criminoso de extermínio palestino com bombardeios a casas, escolas, hospitais e mesquitas que já custaram a vida de 28.300 pessoas desde o início de outubro de 2023.
Os bombardeios ocorrem sob as ordens públicas do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que descreveu Rafah, superpovoada, como “o último bastião” da resistência do Hamas.
Netanyahu rejeitou recentemente a proposta do Hamás de imediato cessar-fogo temporário por 135 dias, seguido de acordo que levaria a um cessar-fogo permanente. Ele assumiu que quer sangue e prosseguir a matança de palestinos inocentes.
O genocídio praticado por Israel foi denunciado pela África do Sul e acatado pela Corte de Haia. O governo sanguinário de Natanyahu vem desrespeitando as determinações da Corte, além das resoluções da ONU para pôr fim aos ataques criminosos contra a população civil palestina.
Na sexta-feira (9), o presidente Lula esteve na embaixada da Palestina no Brasil e prestou solidariedade ao país que tem sofrido ataques de Israel, plantando uma oliveira, árvore que é um dos símbolos nacionais palestinos.
Em suas redes sociais, Lula publicou um vídeo do momento em que plantou a oliveira e disse que fez o gesto “em nome da paz e da esperança para o povo palestino e para todo o mundo”.
Na quinta-feira (8), durante jantar com representantes de países árabes e muçulmanos, em Brasília, Lula em seu pronunciamento condenou o massacre contra os palestinos e clamou: “Basta de punição coletiva”.
Ele homenageou o histórico líder palestino Yasser Arafat como “um líder corajoso e determinado, que dedicou sua vida à causa palestina”.
“É chegada a hora de dar uma basta à catástrofe humanitária que se abateu sobre os mais de 2 milhões de palestinos que vivem em Gaza. Já são quase 30 mil mortos, em sua maioria crianças, idosos e mulheres indefesas”, denunciou o presidente.
Leia na íntegra a nota do Itamaraty:
Riscos de nova ofensiva terrestre em Rafah
O governo brasileiro recebe, com grande preocupação, o recente anúncio, por parte de autoridades israelenses, de preparação de nova operação militar terrestre em Gaza, desta vez no Sul, na região de Rafah, na fronteira com o Egito. Tal operação, se levada a cabo, terá como graves consequências, além de novas vítimas civis, um novo movimento de deslocamento forçado de centenas de milhares de palestinos, como vem ocorrendo desde o início do conflito.
O início dos deslocamentos forçados, primeiramente do Norte para o Sul de Gaza, a partir de 8 de outubro, é elemento indissociável da dramática crise humanitária vivida há quatro meses pela população de Gaza, e mereceu a condenação do Brasil e de boa parte dos países, à luz do direito internacional e do direito internacional humanitário. Estima-se que 80% dos habitantes de Gaza tenham sido obrigados a deixar suas casas, e a maioria deles na direção de Rafah, indicada inicialmente como área segura pelas autoridades israelenses.
O governo brasileiro reitera sua conclamação em favor da cessação das hostilidades e da libertação dos reféns em poder do Hamas como passos para a superação da crise humanitária em Gaza. E reafirma seu compromisso com uma solução de dois Estados, com um Estado da Palestina viável, convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental como sua capital.