
Os servidores do Banco Central fazem, a partir desta terça-feira (20), uma paralisação de 48 horas, além de entrega de cargos comissionados, na tentativa de pressionar o governo no atendimento das reivindicações da categoria. Os servidores lutam por reajuste salarial e planos de reestruturação de carreira.
De acordo com comunicado do Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal), se não houver avanço significativo na próxima reunião com o governo, agendada para a próxima quarta-feira (21), “haverá um indicativo para a deflagração de uma greve por tempo indeterminado”.
Os funcionários do BC consideram insatisfatória a proposta de reajuste salarial oferecida pelo governo. Segundo o Sinal, o reajuste “de apenas 13%” a ser implementado de forma parcelada em 2025 e 2026, “não contempla as principais reivindicações dos trabalhadores”. Os servidores reivindicam reajuste de 36% e reestruturação de carreira com reconhecimento de suas funções e responsabilidades.
Os servidores reivindicam também a obrigatoriedade de nível superior para o cargo de Técnico, a alteração da nomenclatura do cargo de Analista para Auditor, e a instituição de uma Retribuição por Produtividade Institucional.
“A medida adotada pelos servidores é vista como um meio de provocar uma asfixia operacional e burocrática, evidenciando a urgência de um diálogo construtivo e de ações concretas por parte do governo para resolver as pendências”, afirma o Sindicato em comunicado à imprensa.
Os funcionários do BC estão mobilizados desde o ano passado, com paralisações que já afetam a divulgação de diversos indicadores-financeiros, como taxas de câmbio, Ptax, além do boletim Focus e fluxo cambial. Além disso, a entrega de cargos comissionados cresce a cada dia e, conforme o sindicato, já conta com mais de 500 renúncias. O sindicato informa também que 60 Adjuntos e Consultores do BC aderiram ao movimento, e os Chefes de Departamento “emitiram uma carta de cobrança direcionada à Diretoria Colegiada do Banco Central”.
Conforme o Sinal, o movimento dos servidores busca, não apenas melhorias salariais, mas a valorização da própria instituição. “Com essa ação, os servidores buscam pressionar o governo a negociar de forma mais efetiva e a atender às demandas por melhorias consideradas essenciais para o fortalecimento da carreira e do próprio órgão”, afirma a entidade.