Os propineiros aprovaram a lei eleitoral mais antidemocrática que se tem notícia no Brasil, cujo único objetivo é reduzir ao máximo o debate e o esclarecimento da população. O plano era impedir a faxina que o povo pretende fazer no governo e nos parlamentares que meteram a mão no dinheiro público e afundaram o país.
Por isso, só quem teve tempo foram eles próprios, os autores da lei. Tucanos e petistas puderam vender seu velho peixe na TV, enquanto o resto fez o que pode para falar com o eleitor.
O tucano Geraldo Alckmin veio com sua ladainha privatista tradicional. Pediu para o povo não votar com raiva. Como se isso fosse possível depois do que eles fizeram com o país. Como já vêm revelando as pesquisas, Alckmin não empolgou ninguém. Deu até sono em quem assistiu sua longa fala.
Já o PT, o outro beneficiado da lei, passou todo o programa reclamando da prisão do Lula. Eles usaram a voz do reserva do PT, Fernando Haddad, para registrar o incômodo do partido. O ex-presidente está preso, condenado a 12 anos e um mês em regime fechado por corrupção passiva e ocultação de patrimônio. Sua candidatura foi impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última sexta-feira pela Lei da Ficha Limpa.
Ciro Gomes (PDT) reafirmou seu compromisso de limpar o nome de 62 milhões de pessoas endividadas e Marina Silva se dirigiu principalmente para as mulheres, que já são a maioria do eleitorado brasileiro. Álvaro Dias (Podemos) disse que nasceu no interior e que está acostumado a trabalhar duro. Ele protestou pelo fato dos petistas estarem usando sua cidade, Curitiba, como palco de protestos pela prisão de Lula, segundo ele, “um político preso por corrupção”.
João Goulart Filho (PPL), filho do ex-presidente João Goulart, o Jango dos trabalhadores como era conhecido o saudoso presidente, conclamou os brasileiros a se unirem para tirar o país da crise. “Junto com você, vamos recuperar o desenvolvimento e o orgulho de ser brasileiro”, disse o candidato do PPL.
Os demais, Bolsonaro (PSL), Cabo Daciolo (Patriota), Boulos (PSOL), Vera Lúcia (PSTU), Emayel (PDC) e Amoêdo (Novo) tiveram aparições rápidas e praticamente sem mensagem. Este último, que é bilionário e pode pagar, defendeu o fim do horário gratuito.
Já Meirelles, um dos responsáveis por toda a desgraça que está acometendo o Brasil, por conta de sua política econômica, que só favorece os bancos, teve a cara de pau de se apresentar como solução. Seu cartão de visitas foi ter servido a Lula e a Temer.
SÉRGIO CRUZ