Na última sexta-feira, o preço do óleo diesel teve um aumento de 13% nas refinarias, passando a custar, em média, R$ 2,2964/litro. Na primeira semana de junho, o valor era de R$ 2,0316/litro, fixado com resultado das negociações que levaram ao encerramento da greve dos caminhoneiros.
O preço médio da gasolina também subiu, e a partir desta terça-feira (4), será de R$ 2,7104/litro. É o preço mais caro do combustível desde a implantação de repasses diários ao produto.
A gasolina acumula desde 07 de abril, nada menos do que 32% de aumento, qualquer coisa como dez vezes mais a inflação do período.
Esses preços são resultado da política que o governo e a direção da empresa impuseram à Petrobrás, atrelando os preços da petroleira nacional aos combustíveis no mercado internacionais, na verdade acima deles, assim como a variação cambial do dólar.
É uma política que só interessa às importadoras, que nos últimos anos têm aproveitado os preços mais altos da Petrobras para ganhar mercado.
A Petrobrás tem produção própria a custos muito inferiores e tem uma dependência reduzida dos combustíveis do mercado externo, das suas instabilidades, assim como das variações do dólar.
Dessa maneira, a política em vigor beneficia enormemente a concorrência, as custas do consumidor, ao qual é repassado toda a ineficiência do importacionismo, e as custas da Petrobrás que perde participação de mercado, tem prejuízos enormes com a ociosidade das sua refinarias e ainda fica com todo o desgaste provocado por essa situação.
CAMINHONEIROS
A reação dos caminhoneiros tem sido, ainda, no sentido de que estão protegidos pela tabela de preços mínimos do frete e do seu mecanismo de “gatilho”.
A Lei 13.703, sancionada no último dia 8 de agosto, diz que uma nova tabela de preços deve ser publicada toda vez que o diesel variar mais do que 10%.
“A ANTT deve publicar nova tabela considerando esse aumento”, disse o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí (RS), Carlos Alberto Litti Dahmer. “Estamos de olho no aumento do combustível”, disse o autônomo Wallace Landim, o “Chorão”, num vídeo distribuído a suas bases.
Com esse aumento devastador de 13%, com perspectivas de novos aumentos nesse mesmo patamar, a mercê das instabilidades do mercado internacional e do dólar, a questão do frete vai deixar de ser um problema exclusivo dos caminhoneiros autônomos e o dos embarcadores, passando a ser ainda mais uma questão crucial da economia, como a greve dos caminhoneiros já sinalizou.