Desemprego e queda na renda são apontados como os principais motivos para o atraso no pagamento de contas básicas, entre outras
O ano começou com um novo aumento no número de brasileiros inadimplentes, que atribuem a dificuldade de pagar suas dívidas ao desemprego e queda na renda, segundo pesquisa da Serasa divulgada na segunda-feira (04).
Em janeiro, 72,07 milhões de consumidores estavam com dívidas em atraso, o que representa 43,91% da população adulta do país. Este número é 1,4% maior do que o número de devedores em dezembro de 2023 quando o total de inadimplentes era de 71,1 milhões de pessoas.
O cartão de crédito é apontado como o principal tipo de dívida, cerca de 30%, seguido das contas básicas, como água, luz e gás, representando 23% do total de dívidas inadimplentes em janeiro de 2024.
Ante janeiro do ano passado, o número de inadimplentes também subiu: segundo os dados, eram 70,09 milhões em 2023.
O crescimento da inadimplência no país, após dois meses seguidos de queda (novembro e dezembro de 2023) acompanha a prática de juros altos, que tem contribuído para o aumento das dívidas da população e estrangulado os orçamentos familiares. Não à toa, as dívidas com cartão de crédito corresponderam a quase 30% das dívidas em atraso.
Apesar das novas regras que tornaram a cobrança de juros pelo crédito rotativo (quando não se paga o total da fatura) limitada a 100% do valor da dívida para novas operações a partir de janeiro deste ano, os bancos continuam praticando taxas abusivas, podendo chegar a 430% ao ano.