“O direito de defesa transformado em direito de vingança”, disse Lula, que se reuniu, nesta quarta-feira (6), com o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, no Palácio do Planalto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém as críticas que tem feito ao governo de Israel, chefiado pelo fascista Benjamin Netanyahu.
Lula declarou, nesta quarta-feira (6), que Israel transformou o direito de defesa em “direito de vingança” após os ataques do Hamas, em 7 de outubro de 2023.
“O direito de defesa transformado em direito de vingança constitui, na prática, punição coletiva que mata indiscriminadamente mulheres e crianças”, disse o presidente ao ler declaração oficial após o encontro.
“É fundamental avançar rapidamente na criação de um Estado Palestino e reconhecê-lo como membro pleno da ONU, um Estado que seja economicamente viável e que possa conviver em paz com Israel”, emendou.
As hordas fascistas israelenses têm praticado um genocídio na Faixa de Gaza e Cisjordânia. Os números são absurdamente catastróficos.
A guerra na Faixa de Gaza, que completou 4 meses, nesta quarta-feira, com saldo de 30.631 mortos na Faixa de Gaza pelos ataques israelenses, segundo o Ministério da Saúde em Gaza, sendo a maioria de mulheres e crianças. Também anunciou que 97 pessoas morreram nas últimas 24 horas e que 72.043 ficaram feridas no território palestino desde o início do conflito, em 7 de outubro.
Quem não morreu ou foi ferido no massacre perpetrado por Israel pode morrer de fome ou de doença. Já que os suprimentos que chegam, em forma de ajuda humanitária — comida e remédios — são barrados pelo governo de Israel.
Pelo menos 20 pessoas morreram devido à desnutrição e à desidratação desde o início da guerra em Gaza, incluindo um menino de 15 anos que foi declarado morto no complexo médico Al-Shifa na quarta-feira (6), disse o Ministério da Saúde palestino em Gaza.
BLOQUEIO DE AJUDA HUMANITÁRIA
O presidente também criticou a ajuda humanitária que vem sendo retida, como alimentos, e voltou a defender o fim do conflito e a criação do Estado Palestino, com assento na ONU (Organização das Nações Unidas).
O tema foi objeto de discussão em reunião entre Lula e o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, e comentado em declaração conjunta após o encontro, que ocorreu no Palácio do Planalto.
CONTRA OS CONFLITOS EM GAZA E UCRÂNIA
Após a declaração, Lula foi questionado por jornalistas sobre o posicionamento dele contra a guerra na Faixa de Gaza.
Ele frisou que o Brasil mantém o posicionamento contra o conflito no Oriente Médio, e também contra a guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Se alguém tinha dúvida, as últimas imagens do que aconteceu em Gaza mostram para que todos nós, seres humanos, não percamos o humanismo que ainda temos dentro de nós. Não sejamos algoritmos, sejamos seres humanos”, enfatizou o presidente.
“Não é possível continuar essa matança sem que o Conselho de Segurança da ONU pare essa guerra e permita que chegue alimento, chegue remédio. Tem mais de 30 toneladas de alimentos estocadas lá e não consegue chegar”, acrescentou.
Sanchéz, por sua vez, afirmou que o governo da Espanha também pede pelo fim do conflito e questionou as ações do governo de Israel. “Eu tenho dúvidas se as ações do governo de Israel seguem as normas do direito internacional”, disse.