É a primeira alta desde setembro do ano passado, diz o IBGE. Em outubro do ano passado, as vendas do comércio caíram -0,3%; em novembro variou em torno de zero (0,2%) e em dezembro a queda foi de -1,4%
Em janeiro de 2024, as vendas no comércio varejista no país aumentaram em 2,5% frente a dezembro de 2022, segundo dados divulgados nesta terça-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, o comércio varejista brasileiro opera 5,7% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas 0,8% abaixo de seu nível recorde, alcançado em outubro de 2020.
Já descontados os efeitos sazonais, esse é o primeiro resultado de alta significativa desde setembro do ano passado (+0,8%), segundo o instituto. Entre outubro (-0,3%) e novembro de 2023 (0,2%), as vendas do setor ficaram estagnadas, voltando a cair em dezembro (-1,4%).
O gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos, destaca que os resultados das vendas do setor “vieram com muita amplitude de crescimento em setores que tiveram queda grande no Natal, depois de concentrar as vendas na Black Friday”.
O pesquisador ressalta que “o comércio varejista veio de dois meses mais fracos, em que os resultados foram bastante abaixo do que poderíamos ter visto”.
Assim como em janeiro de 2023 – época em que as vendas do setor cresceram 2,5% após tombarem em 2% em dezembro de 2022-, o aumento expressivo no volume das vendas do setor deste ano também se deu pelos descontos tipicamente criados no primeiro mês do ano, após o período festivo de final de ano e da Black Friday, cujas vendas novamente não foram muito animadoras para o setor ante as restrições ao crédito e ao consumo provocadas pela taxa de juros (Selic) do Banco Central (BC), que neste ano também segue acima dos dois dígitos (11,25%).
VENDAS EM JANEIRO
Na passagem de dezembro para janeiro, houve crescimento em cinco das oito atividades pesquisadas pelo IBGE. Destaques para as altas em Tecidos, vestuário e calçados (8,5%), Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (6,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (5,2%), Móveis e eletrodomésticos (3,6%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,9%).
Na modalidade de varejo restrito, ainda, os resultados negativos vieram de Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,6%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,1%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,2%).
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas cresceu 2,4% na passagem entre dezembro e janeiro, também já descontados os efeitos sazonais. Enquanto as vendas de Veículos, motos, partes e peças cresceram 2,8% no período, as de Material de Construção recuaram em -0,2%.