Em eleições realizadas com antecipação de um ano, o governo de Shinzo Abe logrou se manter com praticamente o mesmo número de deputados que tinha e, conforme a emissora de tevê estatal NHK, o governista Partido Liberal Democrático (PLD) e seu aliado Novo Komeito conseguiram 313 deputados de um total de 465. O primeiro-ministro Abe, que fez campanha tentando aterrorizar o povo japonês com “a ameaça da Coreia Popular”, está buscando apresentar o resultado como uma grande vitória, que o cacifará para revogar o artigo 9 da constituição que proíbe a intervenção de tropas japonesas no exterior e a remilitarização.
O recém formado Partido Constitucional Democrático do Japão foi o segundo mais votado, com 54 cadeiras, superando o também novo Partido da Esperança (Kibo no To), liderado pela governadora de Tóquio, Yuriko Koike, que apenas ficou em terceiro, com 49. O Partido Democrático, que chegou a governar entre 2009 e 2012, esfacelou-se, com seus integrantes se dividindo entre os dois novos partidos. O Partido Comunista Japonês caiu de 21 para 12 mandatos.
Antes de apelar para fazer Pyongyang de bode expiatório e apostar na antecipação da eleição, Abe vinha sofrendo um grande desgaste sob acusações de corrupção. A campanha eleitoral durou apenas doze dias. Centenas de vôos foram suspensos no dia da votação por causa do tufão Lan, de intensidade 4, e dezenas de milhares de pessoas precisaram ser removidas de suas casas.