O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, mandou soltar nesta terça-feira (4), o ex-secretário de Logística e Transporte do governo Geraldo Alckmin, Laurence Casagrande Lourenço, ex-diretor-presidente da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) e da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), cargo que ocupava até ser preso na Operação “Pedra no Caminho”, desdobramento da Lava Jato em São Paulo.
Laurence Casagrande foi detido em 21 de junho, por ordem da juíza federal Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo e é acusado por desviar cerca de R$ 600 milhões das obras do Trecho Norte do Rodoanel. Ele tinha autoridade no cartel de empresas que pagava propinas para aumento o preço das obras, através de aditivos para remover rochas supostamente inesperadas no caminho do Rodoanel.
Na semana passada, em entrevista ao Jornal Nacional, o candidato do PSDB à Presidência Geraldo Alckmin mostrou a sua intimidade e sua proximidade com Laurence Casagrande, enfatizando que o mesmo é uma pessoa correta e séria.
Ao acatar o pedido de habeas corpus, Gilmar Mendes substituiu a prisão preventiva de Laurence, por algumas medidas cautelares, como a proibição de acesso a prédios e dependências da Dersa e a outros prédios do governo do Estado de São Paulo que possam ter relação com os fatos apurados na ação penal. Ele também proibiu Laurence Casagrande de manter contato com outros investigados e deixar o país, tendo que entregar seu passaporte em até 48 horas.
As denúncias de desvios nas obras do Rodoanel são antigas, as suspeitas existem há mais de 10 anos, porém, o ministro Gilmar Mendes menospreza tal fato, sempre dando um jeito de livrar os envolvidos da cadeia.
Sob a batuta de Gilmar Mendes, o bloco anti-Lava-Jato na Segunda Turma do STF, composto ainda por Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, já liberou diversos criminosos.
Dentre os bandidos que foram tirados da prisão sob a atuação dos três ministros da segunda turma estão: José Dirceu (PT), condenado a 30 anos e nove meses de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa; Jorge Picciani (PMDB), acusado de receber propina da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) entre 2010 e 2017, num esquema envolvendo deputados estaduais, empresários e intermediários; O Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, operador da propina do PSDB, tendo desviado pelo menos R$ 7,7 milhões da DERSA, denunciado por formação de quadrilha, inserção de dados falsos em sistema público e peculato também foi solto; Sérgio Côrtes, secretário da Saúde de Sérgio Cabral (PMDB), membro da turma do guardanapo que abalou Paris, fazia negociatas até com próteses – culpado de um desvio de R$ 300 milhões para a quadrilha de Cabral; Além de Orlando Diniz ex-presidente da Fecomércio, os doleiros Oswaldo Prado Sanches e Antônio Claudio Albernaz Cordeiro dentre outros.