Ex-ministro se encontrou com o ex-presidente inelegível em 7 de novembro de 2022, no Palácio da Alvorada, uma semana após o segundo turno das eleições
O deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) será chamado a prestar depoimento à PF (Polícia Federal) como parte da investigação sobre o plano de golpe de Estado no Brasil que Bolsonaro tentou armar.
O depoimento ainda não tem data definida.
Embora Pazuello não seja alvo da investigação, a PF busca esclarecimentos sobre reunião entre ele e o ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro (PL), ocorrida em 7 de novembro de 2022, no Palácio da Alvorada, uma semana após o segundo turno das eleições.
A suspeita da PF é de que, durante essa reunião, Pazuello tenha proposto interpretação canhestra do artigo 142 da Constituição Federal, que poderia justificar intervenção militar para evitar a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O bolsonarismo faz leitura de conveniência do artigo 142. Como poderia, a Constituição democrática, permitir às Forças Armadas, depois de 21 anos de ditadura, a tutela sobre a democracia e o Estado de Direito.
MENSAGENS TROCADAS
A investigação menciona mensagem de áudio enviada pelo general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, ex-comandante do Exército, pai do tenente-coronel Mauro Cid, ao general Marco Antonio Freire Gomes, também ex-comandante, listando as pessoas que visitaram Bolsonaro.
Em depoimento à PF, Freire Gomes explicou que Pazuello, já na reserva e eleito deputado federal, teria entendido a questão como política, sem capacidade de influenciar diretamente as Forças Armadas.
Ele ainda enfatizou que a proposta não teria respaldo das Forças Armadas.
Além disso, a PF interrogou o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, sobre o encontro entre Pazuello e Bolsonaro, com propósito de esclarecer a presença no Palácio da Alvorada na ocasião. Torres respondeu que não participou do encontro.