O candidato a governador de Pernambuco pelo PSB, Paulo Câmara, entrou com um recurso na Justiça para que possa voltar a chamar os amigos e ex-ministros de Temer de “Turma de Temer” na propaganda eleitoral.
Câmara apelidou desta forma a chapa de seu adversário ao governo do estado, Armando Monteiro (PTB), porque “na coligação tem três ex-ministros de Temer, dois candidatos ao Senado [Mendonça Filho e Bruno Araújo] e um candidato a deputado federal [Fernando Bezerra Coelho Filho]”, como explicou o advogado da coligação de Paulo Câmara, Carlos Neves.
A coligação de Armando Monteiro entrou na Justiça para que não fosse mais chamada desta forma. A desembargadora do Tribunal Regional Eleitoral (TSE-PE) Karina Amorim decidiu favoravelmente aos aliados de Temer. Para Karina, trata-se de “disseminação de notícia falsa”.
Porém, todos os três realmente foram ministros de Temer. Mendonça, Bruno e Fernando Bezerra Filho assumiram os cargos de ministro da Educação, das Cidades e de Minas e Energia, sucessivamente, logo após o impeachment de Dilma.
Visto que, segundo a pesquisa CNT/MDA, 89,6% da população desaprova o desempenho pessoal de Michel Temer como presidente da República, é compreensível que eles estejam tentando afastar sua imagem da de Temer.
De acordo com Carlos Neves, a decisão “caracteriza um cerceamento da liberdade de expressão”. “É uma decisão judicial que busca tolher o debate político e está sendo utilizada pela coligação adversária para esconder seu verdadeiro palanque. Isso prejudica a população que não tem acesso à informação”, completou.