
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Edimar Miguel, denunciou que um grupo de 5 diretores desviou R$ 670 mil reais da entidade de forma ilegal. No último dia 11, Edimar convocou assembleia da categoria para cobrar explicações do tesoureiro da entidade, Alex Sandro Clemente da Silva, sobre o desvio, constado em 142 cheques, emitidos sem a sua assinatura.
Segundo a denúncia do presidente, o secretário de finanças juntou mais 4 diretores, numa diretoria de 40, e por “abaixo assinado” pediu a destituição do presidente, legitimamente eleito no pleito de dezembro de 2023. Por liminar, o grupo conseguiu suspender a assembleia, alegando à Justiça que o “presidente destituído” não poderia convocá-la. Por incrível que pareça, colou. Assim, foi driblado o estatuto do sindicato, que determina destituição do presidente só por decisão de assembleia dos trabalhadores.
Constatada a fraude pelo presidente, o rombo foi comprovado pelo Conselho Fiscal, que botou a boca no trombone. Edimar está solicitando à Justiça e ao Ministério Público realização de assembleia da categoria “para que o grupo preste contas aos trabalhadores dos recursos desviados e sejam tomadas as devidas providências na conformidade do estatuto do sindicato”.
O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense engloba a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional, com 12 mil metalúrgicos e mais 5 mil prestadores de serviços). Em 1988, tanques do Exército invadiram a siderúrgica e desalojaram milhares de operários que haviam ocupado a fábrica pelas 6 horas semanais e reajuste salarial. Três operários foram brutalmente assassinados. As 6 horas foram conquistadas com o sangue dos companheiros mortos.
Para o presidente, foram 30 anos de descenso na luta sindical. “Numa virada histórica, os metalúrgicos recobraram o ânimo e me elegeram pela oposição. A reconstrução a pleno vapor tem precipitado esse tipo de aproveitador. Mas, em nome dos companheiros que tombaram em 88, não estamos dispostos a abrir mão de nossas conquistas. Não é aceitável que os homens e mulheres de aço na sua representação sejam desrespeitados de forma tão vergonhosa. Que todos entendam que isto não será aceito e que a justiça seja rápida”, declarou Edimar.