O presidente cobrou ação da ONU para coibir os crimes de Israel na Faixa de Gaza
O presidente Lula criticou, em discurso durante a festa de aniversário de 44 anos do PT, ocorrida na noite de quarta-feira (20), a possibilidade do jogador brasileiro Daniel Alves receber liberdade provisória na Espanha após pagar uma fiança de 1 milhão de euros. Ele também citou a importância da democracia e criticou o genocídio em Gaza.
Na comemorações do partido, Lula voltou a criticar os crimes cometidos pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, na Faixa de Gaza, classificando-os como um genocídio contra o povo palestino. “Chega de matar mulheres e crianças que não tem nada a ver com essa guerra”, denunciou o presidente.
“Chega de matar mulheres e crianças! Chega! Aquilo não é guerra, é genocídio. Temos que ter coragem de dizer essas coisas ou não vale a pena nossa passagem pelo planeta Terra”, disse Lula, aplaudido pelos militantes do PT. “Não é possível que estejamos assistindo a essa carnificina. Cadê a ONU, que deveria existir para evitar que essas coisas acontecessem?”, questionou.
Lula também citou a importância da manutenção da democracia no Brasil, em meio às investigações sobre a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma suposta tentativa de golpe de Estado no país, em 2022.
“A democracia precisa de instituições fortes, de carreiras fortes para o Estado funcionar atendendo aos interesses do povo, independentemente de quem está na Presidência. E precisa de imprensa forte”, disse o presidente.
Lula comentou também a decisão da Justiça espanhola de definir uma fiança no caso Daniel Alves, que foi condenado no país pelo crime de agressão sexual, acusado de estuprar uma mulher em uma boate em Barcelona.
“Nós estamos vendo agora, o Daniel Alves pode ser libertado se pagar alguma coisa. Eu aprendi lá em Pernambuco quando eu era pequeno, as pessoas diziam ‘aqui no Nordeste, quem tem 20 contos de réis não é preso’. E a gente está vendo que essa máxima continua”, afirmou Lula.
“O dinheiro que o Daniel Alves tem, o dinheiro que alguém possa emprestar para ele não pode comprar a ofensa que um homem faz a uma mulher participando de um estupro. Quando o sexo é uma coisa feita a dois, e tem que ser permitida por dois. Isso na verdade é crime”, acrescentou.
Os juízes da Audiência Provincial de Barcelona – a instância mais alta da Justiça da cidade – aceitaram deixar Alves em liberdade provisória sob fiança de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões), enquanto a defesa aguarda a sentença definitiva.
Os juízes determinaram, ainda, que, caso a defesa pague a fiança solicitada, todos os passaportes de Daniel Alves serão recolhidos pela Justiça, pois, além de ser brasileiro, ele também tem nacionalidade espanhola.
A sentença determinou que, caso pague a fiança e deixe a prisão, Daniel Alves será obrigado a manter uma distância de pelo menos 1 quilômetro da residência da vítima, de seu local de trabalho ou de qualquer outro lugar frequentado por ela — a jovem é de Barcelona e também vive na capital catalã.
Ele também não poderá tentar se comunicar com a denunciante através de nenhum meio, não pode deixar a Espanha e deve comparecer semanalmente ao Tribunal de Barcelona ou quantas vezes lhe for solicitado.