
Foram presos na manhã deste domingo (24) pela Polícia Federal três suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Os presos foram Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
A operação conjunta da PF, da Procuradoria Geral da República (PGR) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) foi denominada Operação Murder Inc., uma referência à associação de crime organizado que agiu como braço armado da Cosa Nostra Americana, entre outros grupos, entre 1929 e 1941.
A ação foi deflagrada na sequencia da homologação pelo STF da colaboração do ex-policial Ronnie Lessa, preso por ser o executor dos assassinatos.
Marielle e Anderson foram alvejados em uma rua do Estácio, na zona norte do Rio, em 14 de março de 2018, por volta das 21h30, com sete tiros, disparado de dentro de um carro, quando voltavam de um evento promovido pelo Psol. A jornalista Fernanda Chaves, que era assessora da parlamentar, estava no veículo, mas sobreviveu ao ataque, sendo atingida apenas por estilhaços de vidro.
Desde então as investigações caminharam a passos lentos e praticamente estacionaram durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O caso já foi chefiado por cinco delegados diferentes ao longo dos últimos quatro anos sem chegar a uma resposta conclusiva. Com Flávio Dino à frente do Ministério da Justiça, os trabalhos ganharam novo impulso. Por determinação de Dino, a partir de fevereiro de 2023, embora o inquérito não tenha sido federalizado, a Polícia Federal (PF) passou a atuar no caso.
Em 14 de março último, em razão do envolvimento de autoridade com foro privilegiado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entregou as investigações ao Supremo. As autoridades com foro privilegiado, ou seja, que são julgadas pelo STF, são o presidente da República, vice-presidente, ministros, senadores, deputados federais, integrantes dos tribunais superiores, como o STJ, o STF e o Tribunal Superior Eleitoral, além de membros do Tribunal de Contas da União e embaixadores.