
“Isso é coisa de pelego do mais baixo nível”, denuncia Sindicato da Construção Civil
As empresas Vale e Arcelor Mittal estão forçando um rebaixamento salarial para os operários do setor de montagem industrial, e vem contando para isso com uma absurda dobradinha junto ao Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo, filiado à Central Única dos Trabalhadores (Cut).
“Rebaixar salários de trabalhadores é uma atitude impensável para ser assumida por um sindicato sério. Isso é coisa de pelego do mais baixo nível”, protesta o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Espírito Santo, que está vendo sua base ser invadida – e prejudicada – em troca de alguns caraminguás, pois a entidade metalúrgica passará a receber pelos novos filiados.
Na prática, a dualidade de representação é a imposição na prática da tão sonhada proposta cutista de quebrar a unicidade sindical, que significa a garantia de que o trabalhador conta com um único sindicato por categoria profissional na mesma base territorial. Ao contrário, com a dualidade, as empresas escolhem a entidade mais débil para “negociar”.
Um dos grandes embates da campanha salarial da montagem industrial,– que compreende os setores dos serviços de instalação de equipamentos e estruturas metálicas, tubulações e dutos, sistemas de geração, transformação e distribuição de energia elétrica e sistemas de automação – está sendo a ameaça do Sinduscon (sindicato patronal) de impor um piso salarial de pouco mais de R$ 1.300. O fato é que as campanhas da construção têm garantido, ano após ano, salários decentes, com pisos para a montagem que chegam a ultrapassar o patamar dos R$ 5.000.
“Ocorre que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) do Sindimetal/ES nunca conseguiu garantir salários equivalentes para trabalhadores em montagem industrial que o sindicato representa. O maior piso salarial da CCT dos metalúrgicos para cargos na montagem é de R$ 1.610,96. De olho na chance de diminuir os salários de seus empregados, empresas estão mudando suas razões sociais para impor prejuízos e para isso, estão contando com a vergonhosa colaboração do Sindimetal/ES”, denuncia o Sintraconst.
De acordo com a entidade dos operários da construção, “ao se prestar a um papel desses em benefício dos patrões, o Sindimetal, que tem história na luta trabalhista, que é fundador da CUT, joga toda sua história no lixo”.