A polícia identificou como Adélio Bispo de Oliveira o suspeito de agredir com uma faca o candidato do PSL à presidência, Jair Bolsonaro. O ferimento foi na região da barriga e foi inicialmente considerado por um dos filhos de Bolsonaro, Flávio, como sendo superficial. Bolsonaro foi conduzido à Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, onde deu entrada às 15h40. O candidato, que tem pregado a intolerância, estava realizando um ato de campanha e sendo levado nos ombros por apoiadores da campanha.
Segundo o tenente-coronel Marco Antônio Rodrigues de Oliveira, comandante do 2º Batalhão da PM de Juiz de Fora, Adélio “alegou que tentou ferir o candidato Jair Bolsonaro por ter divergências de ideias e pensamentos com ele. Ele não tem nenhuma filiação partidária. Falou que [foi] uma questão pessoal dele. Depois não manifestou mais nada”.
A Polícia Federal afirmou em nota que: “[Bolsonaro] contava com a escolta de policiais federais quando foi atingido por uma faca durante um ato público na cidade de Juiz de Fora (MG). O agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia da PF naquele município. Foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato”.
O boletim de ocorrência diz que o suspeito agiu “a mando de Deus”: “Nos afirmou ainda que o motivo do intento se deu por motivos pessoais, os quais não iríamos entender, dizendo também em certos momentos que foi a mando de Deus. As testemunhas disseram à polícia que “o candidato estava sobre os ombros de um homem, momento em que o autor aproximou com a faca em uma das mãos, enrolada aparentemente em uma camisa de cor clara.”
O ato foi condenado por diversos candidatos à Presidência. Para João Goulart Filho, candidato pelo Partido Pátria Livre, “quem já sentiu na carne a crueldade da violência, não pode compactuar com tais atos”. “Repudiamos todo ato de violência contra qualquer ser humano”, afirmou, completando que espera “uma apuração célere e punição dos responsáveis”.
Na opinião de Marina Silva, candidata da Rede Sustentabilidade, a violência é “inadmissível e configura um duplo atentado: contra sua integridade física e contra a democracia”.
Já o candidato do PDT, Ciro Gomes, postou em rede social: “Acabo de ser informado em Caruaru, Pernambuco, onde estou, que o Deputado Jair Bolsonaro sofreu um ferimento a faca. Repudio a violência como linguagem politica, solidarizo-me com meu opositor e exijo que as autoridades identifiquem e punam o ou os responsáveis por esta barbárie.”
Adélio
O suspeito da agressão é solteiro, natural de Montes Claros e tem 40 anos. Segundo um parente, que não quis se identificar, Adélio sofre de “algum distúrbio”: “já tive confusão com ele, pra mim ele não era normal e deu no que deu”. O marido da sobrinha disse que Adélio é muito religioso. “Já sabia que um dia ia acontecer qualquer coisa, ele já ‘pegou faca’ pra irmã dele. A família humilde, pobre, não tem ninguém pra internar, aconteceu isso. Eu acho que é de tanto ler a Bíblia. Acho que ele lia a Bíblia de trás pra frente, de frente pra trás. Não é normal, não.”
No Facebook, Adélio tinha fotos com cartazes como “políticos inúteis” e criticava especialmente a Maçonaria.