Índice foi influenciado pela venda de medicamentos. Nos supermercados, o resultado foi negativo
As vendas do comércio varejista brasileiro cresceram 1.0% na passagem de janeiro para fevereiro, após a alta registrada em janeiro (2,8%). Foi o segundo mês consecutivo de crescimento, após um ano em que o setor esteve marcado por variações em torno de zero e queda de -1,3% em dezembro de 2023. Com a exceção de janeiro de 2023 (+3,2%), em nenhum mês do ano as vendas do comércio atingiram 1%.
Um ano também em que os juros elevados dificultaram, e continuam dificultando, o consumo e o acesso ao crédito, fazendo crescer a inadimplência das famílias, particularmente as de renda mais baixa.
Ao avaliar o resultado do mês, Cristiano Santos, gerente da pesquisa, avaliou que a “amplitude” de crescimento deste início de ano não acontecia desde meados de 2022. Naquele momento, em agosto e setembro, o crescimento foi em torno de 0,5%, portanto “esse resultado foi mais expressivo”.
“A última vez que o varejo registrou dois meses consecutivos de alta foi em setembro de 2022 (0,5% em agosto e 0,7% em setembro). Com isso, o comércio atinge o máximo da série histórica, superando em 0,5% o nível recorde anterior (outubro de 2020), e 7,1% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020”, diz a nota do IBGE.
Esse resultado foi distribuído em seis das oito atividades na passagem de janeiro para fevereiro, com destaque para a indústria farmacêutica e também de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, diz Santos.
Puxaram o resultado as vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com alta de 9,9%, “principalmente medicamentos”, ressalta o pesquisador. Também registraram taxas positivas: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria (3,2%), Móveis e eletrodomésticos (1,2%), Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (0,5%) e Tecidos, vestuário e calçados (0,3%).
No campo negativo ficaram Combustíveis e lubrificantes (-2,7%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%).
O comércio varejista ampliado, que inclui duas atividades adicionais, teve trajetória distinta: Veículos, motos, partes e peças cresceu 3,9% e Material de Construção caiu -0,2% em volume.
Na comparação interanual, quando se compara fevereiro deste ano com o mesmo mês do ano passado, o volume de vendas no comércio cresceu 8,2% e no varejo ampliado avançou 9,7%. Houve crescimento em todas as 27 unidades da federação na comparação fev/24 com fev/23, “o que não acontecia desde abril de 2021”, destaca Cristiano Santos.