Apenas as atividades de serviços prestados às famílias registraram variação positiva (0,4%), o que não recupera a queda de 2,9% em janeiro
O volume de serviços prestados no país caiu 0,9% na passagem de janeiro para fevereiro de 2024, após três meses de resultados positivos (novembro/2023 a janeiro de 2024, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada hoje (12) pelo IBGE.
O setor teve variações positivas de 0,5% em cada um dos três meses citados acima, sendo que em janeiro, após revisão, o indicador caiu de 0,7% para 0,5%
Com o resultado, o volume de serviços ficou 11,6% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica (dezembro de 2022).
Em relação a fevereiro de 2023, houve crescimento de 2,5% No acumulado do primeiro bimestre de 2024, o volume de serviços cresceu 3,3% frente ao mesmo período do ano passado. O acumulado nos últimos 12 meses ficou em 2,2%.
Em fevereiro quatro das cinco atividades investigadas tiveram queda.
De acordo com Luiz Almeida, analista da pesquisa, a atividade de profissionais, administrativos e complementares caiu -1,9% em fevereiro após uma alta em janeiro impactada principalmente pelo pagamento de precatórios, que influenciou nas atividades jurídicas. “Como não houve essa receita em fevereiro, acontece esse retorno ao patamar anterior”, diz.
Os serviços de aluguel de máquinas e de locação de automóveis também contribuíram para a queda no grupo.
O IBGE destaca a perda importante no setor de informação e comunicação (-1,5%), que perdeu parte do ganho de 3,6% dos últimos quatro meses. “Nesse caso, as principais influências vieram de portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na Internet, e de edição integrada à impressão de livros, que, com o fim da preparação para o início do ano letivo, mostrou um arrefecimento do mercado”, justifica o pesquisador.
As demais atividades com recuo em fevereiro foram transportes (-0,9%) e outros serviços (-1,0%).
Apenas as atividades de serviços prestados às familias registraram variação positiva (+0,4%), o que não recupera a queda de -2,9% em janeiro.
“Importante lembrar que este setor foi o último a se recuperar da pandemia, ultrapassando o patamar pré-pandemia apenas em dezembro de 2023. A queda em janeiro havia colocado o setor abaixo desse patamar. Com essa leve recuperação, ele volta a ficar acima, mas apenas 0,2%”, ressalta Luiz Almeida.
O índice de atividades turísticas também recuou em fevereiro (0,8%), na comparação com janeiro. Foi o segundo revés seguido, com perda acumulada de 1,8%.
O volume transportes de passageiros ficou praticamente estagnado (0,1%) em relação a janeiro. Já o volume do transporte de cargas teve queda de 1,4% após ter avançado 0,8% em janeiro.