A maioria da população paulista é contrária à privatização da Sabesp, cujo leilão está previsto para o segundo semestre. É o que mostra uma pesquisa inédita feita pela Quaest entre os dias 4 e 7 de abril com 1.640 entrevistados. Segundo o levantamento, 52% se opõem contra a venda da empresa de saneamento básico e 36% se declararam a favor. (4% não são “nem contra e nem a favor” e 8% não quiseram responder).
A informação é da coluna de Lauro Jardim, em o Globo, divulgada neste domingo (14/04). “O resultado, ninguém duvida, foi fortemente influenciado pelo desastroso desempenho da Enel nos últimos seis meses”, analisa o jornalista.
Ao contrário da Enel, privatizada, e que prestas péssimos serviços aos consumidores paulistas, a Sabesp, uma empresa de economia mista controlada pelo governo do Estado, a Sabesp atende muito bem às demandas da população.
Dados do Censo 2022 divulgados em fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o estado de São Paulo é o que tem o melhor serviço de esgoto do país: 90,8% da população tem acesso ao sistema de coleta, enquanto a média nacional é 62,5% e, no Amapá, o atendimento é de 11%.
A conquista da população paulista tem a ver com o trabalho da Companhia nos municípios onde atua. Das 645 cidades de São Paulo, a empresa é a responsável pela coleta de esgoto em 375, ou seja, 58%.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), o percentual de residências atendidas pelo serviço de coleta de dejetos pela empresa é de cerca de 94%, o que puxa para cima a média paulista.
Além disso, a Sabesp tem condições de atender às metas do Novo Marco Legal do Saneamento, um dos argumentos dos privatistas para entregar a companhia à iniciativa privada.” É o seguinte, eles esquecem de falar que, hoje, dos 375 municípios que a Sabesp opera, nós já temos 305 municípios totalmente universalizado o saneamento”, adianta Amauri Pollachi, especialista em recursos hídricos e diretor da Associação de Profissionais Universitários da Sabesp (APU).
Outro ponto para justificar a privatização da Sabesp é o reconhecimento de que o acesso à água potável e ao saneamento básico é um direito humano fundamental. Está em trâmite uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Câmara dos Deputados que visa introduzir na Constituição Federal à garantia do acesso à água como um direito de todos e todas no Brasil.
Amauri destaca a importância desse reconhecimento, enfatizando que o direito à água deve ser garantido para toda a população, sem distinção de condição social. “A Sabesp sempre teve um equilíbrio entre o atendimento social e o resultado financeiro”, diz o especialista, reafirmando que a Sabesp já demonstrou um compromisso sólido com o atendimento social.
“Atualmente, a empresa oferece tarifas sociais de água e esgoto, com famílias de baixa renda pagando apenas R$ 27,00 por mês para o consumo de 10 mil litros de água. Além disso, existe uma tarifa ainda mais baixa, a “tarifa vulnerável,” que beneficia as pessoas em situação de miserabilidade mais extrema, permitindo que arquem com apenas R$ 17,00 por mês pelos mesmos 10 mil litros de água. Essas políticas sociais, que asseguram o acesso à água a preços acessíveis, evidencia que a Sabesp está comprometida com o bem-estar da população, algo que não é comum em empresas privatizadas.