“Petrobrás precisa rever as regras que o mercado financeiro impôs à empresa e que acarretam um desequilíbrio de poder na condução da companhia e nas necessidades de investimentos”, afirma a entidade
A Federação Única dos Petroleiros (FUP), coordenada por Deyvid Bacelar, divulgou nota na quinta-feira (25) condenando “a política de distribuição de mega dividendos da Petrobras, com pagamento de ganhos extraordinários, implementada pelo governo passado”.
“A Petrobras precisa rever as regras que o mercado financeiro impôs à empresa e que acarretam um desequilíbrio de poder na condução da companhia e nas necessidades de investimentos”, afirma a FUP.
Na quinta-feira, cedendo às pressões dos “agentes” do mercado financeiro, o governo federal, que detém 51% das ações ordinárias (com direito a voto) da Petrobrás, decidiu aprovar no Assembleia Geral Ordinária (AGO) o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários que estavam retidos, desde março, após decisão da diretoria da Petrobrás de não pagar os dividendos extras, mantendo-os em uma conta de reserva.
Com a decisão de ontem, a remuneração total da Petrobrás aos acionistas, relativa ao exercício de 2023, alcança R$ 94,3 bilhões. O valor inclui antecipações aprovadas em 2023 e pagas até março de 2024, no montante de R$ 58,2 bilhões, mais R$ 36,1 bilhões (R$ 14,2 bilhões em dividendos ordinários e R$ 21,9 bilhões em extraordinários).
O total de dividendos em 2023 só fica atrás dos montantes distribuídos durante o governo Bolsonaro no anos 2021 e 2022, quando a média anual alcançou R$ 155,7 bilhões. No período, os investimentos da estatal caíram, a BR Distribuidora e refinarias foram privatizadas (RLAM, RMAN e RPCC), fábricas de fertilizantes fechadas, os preços dos combustíveis dispararam penalizando os brasileiros, entre outras ações predadoras.