O ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), foi preso na manhã desta terça-feira (11) alvo de uma operação do Gaeco (Grupo Especializado de Repressão ao Crime Organizado) do Paraná, decretada pela Justiça do Paraná, e da 53ª fase da Operação Lava Jato em Curitiba, intitulada Operação Piloto.
“Piloto” é como Beto Richa é nomeado nas planilhas da empreiteira Odebrecht.
Além de Beto Richa, candidato tucano ao Senado, foram presos sua esposa, Fernanda Richa –ex-secretária da Família e Desenvolvimento Social, seu irmão Pepe Richa, e vários ex-auxiliares do ex-governador.
Foram presos pelo Gaeco:
Fernanda Richa – esposa de Beto Richa e ex-secretária da Família e Desenvolvimento Social
Deonilson Roldo – ex-chefe de gabinete do ex-governador
Pepe Richa – irmão de Beto Richa e ex-secretário de Infraestrutura
Ezequias Moreira – ex-secretário de cerimonial de Beto Richa
Luiz Abib Antoun – parente do ex-governador
Já a 53ª fase da Lava Jato cumpriu mandato de busca e apreensão na casa de Beto Richa e outros alvos.
Os alvos da Lava Jato são:
Deonilson Roldo – ex-chefe de gabinete de Beto Richa.
Jorge Theodócio Atherino – empresário apontado como operador financeiro do ex-governador.
Tiago Correia Adriano Rocha – indicado como braço-direto de Jorge.
A Operação “Piloto”, 53ª etapa da Lava Jato, cumpre 36 mandados judiciais em Salvador (BA), São Paulo (SP), Lupionópolis (PR) Colombo (PR) e Curitiba (PR).
As prisões são temporárias, com validade de cinco dias. A investigação do Gaeco é sobre o programa Patrulha do Campo, programa do governo paranaense para manutenção e duplicação de estradas rurais. Ao todo, são 15 mandados de prisão.
De acordo com o Ministério Público, Beto Richa recebeu propina da Odebrecht pelo contrato de concessão e duplicação da rodovia PR-323, com direcionamento licitatório. A propina foi mascarada como doação eleitoral. Com efeito, os pagamentos alvos desta operação foram realizados em 2014, embora há registros de pagamentos em 2008 e 2010. Ainda a Lava Jato, os crimes investigados são de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.
O tucano recebeu, pelo menos, R$ 2,7 milhões em propinas em 2014, segundo o MP. Conforme delação dos executivos da Odebrecht, foram acertados pagamentos de R$ 4 milhões da empreiteira para Richa.
Segundo provas colhidas pela Lava Jato, foi descoberto “pagamento de propinas pela empreiteira Odebrecht para obter favores ilegais relacionados à Parceria Público Privada (PPP) para exploração e duplicação da PR-323, entre os municípios de Francisco Alves e Maringá, durante o ano de 2014, cujo valor era de R$ 7,2 bilhões”.
A Polícia Federal (PF) produziu um laudo pericial (1095/2018) apontando registros de pagamentos de propina da Odebrecht para Richa, identificado pelos codinomes de “Piloto” e “Brigão” no setor de operações estruturadas da empreiteira (setor de propina). Foram três pagamentos: um de R$ 500 mil e outros dois de R$ 1 milhão cada. Em 2008, como candidato a prefeito de Curitiba, ele recebeu R$ 100 mil da empreiteira, quando ele era identificado na planilha como “Brigão”. Em 2010, na campanha a governador, o setor de propina da Odebrecht pagou R$ 450 mil a Brigão, isto é, Beto Richa.
Uma das entregas de R$ 500 mil em 2014 foi feita num endereço em São Paulo para o operador e amigo de Beto Richa, o empresário Jorge Atherino, de codinome “Grego”.
Em junho, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o enviou do inquérito de Beto Richa para a Justiça Eleitoral, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba e responsável pela Lava Jato na primeira instância, comentou em sua sentença que os recursos destinados e Beto Richa não são “mero caixa dois”. Aqui.
Moro citou em seu despacho que havia pelo menos quatro depoimentos sobre pagamentos da empreiteira ligados a “uma contrapartida específica da parte do ex-chefe de Gabinete do então governador”.
“Depoimentos ainda colhidos de executivos da Odebrecht, como Luis Antônio Bueno Júnior e Luciano Ribeiro Pizzatto, são no sentido de que o dinheiro foi pago em contrapartida ao direcionamento da licitação da duplicação da PR-323 ao Grupo Odebrecht, tendo o ex-chefe de gabinete do governador Carlos Alberto Richa, Deonilson Rolso, atuado para limitar a concorrência no certame (no que aparentemente foi bem sucedido)”, anotou o juiz, que pediu o retorno do inquérito para dar prosseguimento ao processo.
Interceptações telefônicas com a autorização da Justiça demonstraram que Deonilson Roldo está atualmente coordenando de forma oculta a campanha de Beto Richa, enquanto Jorge Atherino continua usando suas empresas para movimentação expressiva de valores sem origem identificada.
O psdb foi oposição contra o roubo?
Ajudou o Brasil até à beira do abismo.
A conduta moral tem para mim uma grande significação. Que contraste com a vazia sabedoria e a infernal indiferença dos nossos dias!
Finalmente algum rostinho tucano conhecido foi pro xadrez