A produção industrial registrou queda em 8 de 15 estados na passagem de junho para julho, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada na terça-feira (11).
Entre os estados, registra-se a queda da produção em São Paulo, maior e mais desenvolvido estado do país, que amarga os efeitos da recessão.
Para além dos efeitos voláteis da greve dos caminhoneiros, segundo os dados, de junho para julho a produção das indústrias paulistas caiu 1,1%. No mesmo período, o IBGE computou que a indústria do país num geral teve perdas de 0,2%, como resultado de queda no volume produzido em oito dos 15 locais pesquisados.
“Além deste placar pouco favorável, dado que a maioria ficou no vermelho, o mais grave é que o núcleo industrial do Sudeste, a região do país com maior renda, maior consumo e maior densidade industrial, não se saiu bem”, avalia o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).
As perdas na região foram disseminadas entre as 18 atividades investigadas no Estado. O parque de São Paulo operava em julho 17,3% abaixo do pico registrado em março de 2011.
“A trajetória de São Paulo é sintomática. Em julho, sua indústria caiu muito mais do que a média nacional apontando para a possibilidade de registrar mais um trimestre de perdas na série com ajuste”.
Vale lembrar que a indústria paulista já havia declinado -0,8% no 1º trim/18 e -1,3% no 2º trim/18, descontados os efeitos sazonais.
Os resultados registrados na indústria paulista têm grande influência não só pelo volume do que é produzido – concentra cerca de 30% do que é produzido no país, mas por movimentar a economia do país num geral. Não é a toa que na passagem de junho para julho, grandes estados industriais também viram uma queda considerável no setor produtivo, como é o caso do Paraná (-1,3%), Minas Gerais (1%), Rio de Janeiro (-0,3%) e Pernambuco (-0,2%).