O motivo da campanha está no genocídio cometido pela ditadura de Benjamin Netanyahu contra a população palestina na Faixa de Gaza
O cantor Chico Buarque e sua mulher, a advogada Carol Proner, estão entre os signatários de uma carta enviada ao presidente Lula pedindo que o governo interrompa a importação de armas de israelenses. A iniciativa é encabeçada pela Anistia Internacional e pelo coletivo Vozes Judaicas por Libertação e conta também com o apoio dos ex-ministros Paulo Sérgio Pinheiro e José Dirceu.
O motivo da campanha contra a compra de armas de Israel está no genocídio cometido pelo governo de Benjamin Netanyahu na Faixa de Gaza, onde mais de 30 mil civis foram mortos pelas tropas de Israel, na maioria mulheres e crianças. A situação se agravou ainda mais com a decisão da ditadura israelense de invadir a cidade de Rafah onde estão refugiados mais de 1,5 milhão de palestinos.
O Conselho de Segurança da ONU e o Tribunal Penal Internacional já condenaram o governo israelense por seus crimes contra os palestinos e, mesmo assim, o regime de Netanyahu segue assassinando civis e expulsando a população palestina de suas casas. Especialistas apontam que o que está ocorrendo em Gaza é uma limpeza étnica e um crime contra a Humanidade.
O grupo defende “a suspensão imediata de todos os acordos no âmbito da Defesa e das licenças de exportação e importação de equipamento militar mantidos com Israel e empresas israelenses”. A carta é assinada por artistas e intelectuais como o escritor Milton Hatoum, a cineasta Petra Costa, o rapper Emicida, a socióloga Ana Prestes e os professores Reginaldo Nasser, Salem Nasser e Vladimir Pinheiro Safatle. No campo da política, o documento ainda é endossado pelos partidos PC do B, PSOL, PSTU e UP, além de movimentos como Frente Povo Sem Medo, Movimento Negro Unificado e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
A mobilização ocorre no momento em que a empresa israelense Elbit Systems venceu a licitação para a compra de 36 viaturas blindadas de obuseiro 155 mm —espécie de canhão de grande alcance e precisão que será utilizado pela artilharia. “Isso é temerário, pois a Elbit é uma das principais fornecedoras de equipamento militar para as Forças de Defesa de Israel e tem expandido os seus lucros com o aumento das exportações desde o início da guerra em Gaza”, afirmam os coletivos.
“Urge uma ação efetiva do governo brasileiro para interromper a ofensiva em curso e mobilizar o sistema internacional a tomar medidas coletivas condizentes com o direito internacional e com a promoção dos direitos humanos”, diz ainda a carta enviada. “Cremos que o governo brasileiro deve tomar medidas concretas e imediatas no sentido de evitar a perpetuação das violações às normas imperativas de direito internacional por Israel, afastando-se de qualquer cooperação com tais violações.”