“Me parece que não foi só um fenômeno da chuva. Me parece que foi um fenômeno das pessoas que não cuidaram das comportas, que deveriam ter cuidado há muito tempo”, apontou o presidente
O presidente Lula disse nesta segunda-feira (13) que as enchentes em Porto Alegre (RS) foram causadas pelas fortes chuvas que atingiram a capital gaúcha, mas apontou também que pode ter havido falta de cuidado com “as comportas”. “Me parece que não foi só um fenômeno da chuva. Me parece que foi um fenômeno das pessoas que não cuidaram das comportas, que deveriam ter cuidado há muito tempo”, disse Lula.
Apesar de apontar o problema, o presidente reafirmou que “tudo isso é um problema a ser resolvido daqui para a frente”. “Nós vamos tentar apresentar a nossa contribuição ao povo do Rio Grande do Sul, inclusive, apresentando uma discussão nacional sobre resolver definitivamente a questão das enchentes na cidade de Porto Alegre e na região metropolitana”, disse Lula.
As comportas citadas por Lula fazem parte de um sistema que havia sido projetado na década de 1970 para suportar que o nível das águas subisse até 6 metros. No entanto, o sucateamento causado pela falta de atenção para a necessidade de cuidar do sistema ao longo de sucessivas gestões municipais e estaduais fez com que o rio invadisse a cidade antes, em 3 de maio de 2024, quando a cota chegou a 4,5 metros.
O Hidrólogo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fernando Fan, afirmou que a culpa do que aconteceu em Porto Alegre é da falta de manutenção. “Não tínhamos manutenção e treinamento adequado, talvez, para lidar com Guaíba subindo tão rápido, mas a gente pode afirmar que, se não tivesse tido isso, nós não teríamos esse efeito em Porto Alegre, isso a gente pode afirmar”, disse o especialista, em entrevista a Rádio Guaíba.
“Se, por exemplo, a vedação tivesse perfeita, as casas de bomba tivessem em dia, nós não teríamos o trágico evento em Porto Alegre. Porque o sistema deveria nos proteger até a cota 6 metros. Ele foi projetado para proteger até a cota de 6 metros e nós chegamos até cota 5,30 metros. Então, estamos diante de um erro pesado na estrutura de Porto Alegre”, afirmou o hidrólogo.