Dez bolsonaristas que participaram do golpe do dia 8 de janeiro de 2023 fugiram do país depois de quebrarem suas tornozeleiras eletrônicas, mostra levantamento feito pelo UOL com dados do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ao todo, pelo menos 51 pessoas, entre condenados e investigados, estão foragidos da Justiça por mandados de prisão em aberto ou por terem quebrado a tornozeleira eletrônica.
De acordo com o UOL, dos 10 que usavam tornozeleira, sete já tinham sido julgados e condenados pelo Supremo Tribunal Federal. Esse grupo fugiu para o Uruguai e Argentina, passando pelas fronteiras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O músico Ângelo Sotero, de 59 anos, é de Blumenau e foi condenado a 15 anos e meio de prisão por golpe de Estado e associação criminosa armada. Ele ficou preso por alguns meses e depois pôde sair usando tornozeleira eletrônica. Seu advogado admite que ele quebrou o equipamento para fugir.
O UOL apurou que ele fugiu para a Argentina através da fronteira de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, junto com um grupo de 10 pessoas.
Seu advogado, Hemerson Barbosa, considera o processo no Supremo um “julgamento político” e disse que “faria a mesma coisa” se estivesse no lugar dele.
Gilberto Ackermann, 50, corretor de seguros de Balneário Camboriú (SC) recebeu uma condenação de 16 anos por ter participado da tentativa de golpe. O criminoso até tirou fotos durante o golpe.
Sua advogada, Fabíola Paula Beê, fala que a fuga ocorreu no dia 25 de abril. A informação de que a tornozeleira deixou de enviar informações demorou quatro dias para sair da 1ª Vara Criminal de Camboriú e chegar ao STF.
Entre os fugitivos condenados também estão cinco mulheres com idades entre 49 e 61 anos. Os demais estão sob a condição de réu e denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por terem participado do golpe ou serem investigados.