Quatro em cada dez brasileiros adultos (41,82%) estão inadimplentes com bancos e contas básicas, como água e luz
Em abril deste ano, a inadimplência seguiu avançando sobre os lares brasileiros, ao atingir 68,76 milhões de pessoas no país, o que corresponde a uma alta de 2,84% ante abril de 2023. O dado faz parte de uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgada na terça-feira (16). Frente a março de 2024, o número de inadimplentes cresceu 0,40%.
Com quatro em cada dez brasileiros adultos (41,82%) negativados em abril de 2024, a inadimplência voltou a bater recorde no Brasil.
“O número de inadimplentes em abril de 2024 é o maior da série histórica do SPC Brasil”, destaca o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior. Em nota, a CNDL informou que “o crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 1 a 3 anos (17,38%)”.
Apesar dos esforços do governo Lula para derrubar a inadimplência, via iniciativa de programas, como o “Desenrola”, por exemplo, o contingente de devedores segue enfrentando dificuldades provenientes dos juros ainda altos, por um lado, e a renda apertada pelo trabalho precarizado a perda salarial, por outro. Sem atacar de fato esses dois problemas, o governo terá que prorrogar o desenrola por vários anos.
Em abril, cada brasileiro com seu CPF negativado devia, em média, R$ 4.392,20, sendo a maior parte das dívidas atreladas a bancos, com 64,77% do total.
A maior parcela das dívidas estar com os bancos não é por acaso. Com o Banco Central sustentando a taxa básica (Selic) em níveis elevados, hoje em 10,50% ao ano, o Brasil é o segundo colocado entre os países que mais cobram juro real (descontada a inflação) no planeta.
As dívidas com os bancos avançaram 6,90% em abril, na base de comparação com mesmo mês de 2023. As dívidas com a Água e Luz também (6,88%) cresceram no período, enquanto os débitos com o setor credor de Comunicação (‐9,57%) e Comércio (‐2,59%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.