Em abril de 2024, o número de pedidos de recuperações judiciais por empresas chegou a 184 solicitações – a maior alta mensal desde 2018, época em que esse tipo de demanda judicial atingiu 190 requisições, segundo a série histórica do Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian.
Por falência, o número de pedidos chegou a 90 no mês, alta de 69,9% frente a março deste ano. Só no mês de abril, a Justiça decretou 69 falências, também apontou o indicador da Serasa Experian.
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, explica que “o número de recuperações judiciais reflete o ambiente de dificuldade financeira que as empresas estão vivendo atualmente, ainda refletindo as taxas de juros no país que, embora tenham sido reduzidas, ainda impactam os caixas das empresas, que se veem em dificuldade para se reorganizar financeiramente”, disse em nota.
As micro e pequenas empresas lideram tanto no número de requisições de recuperação judicial (144) como as de pedidos de falência (53) por serem as mais vulneráveis aos efeitos negativos da política monetária contracionista do Banco Central (BC).
Ao estabelecer uma taxa básica de juros da economia (Selic) em 10,50% ao ano, o BC não apenas encarece os custos do crédito e do serviço da dívida das empresas, mas também inibe o avanço do consumo de bens e serviços no Brasil.
Por porte ainda, as médias e grandes empresas corresponderam a 30 e 10 pedidos de recuperação judicial, respectivamente, no mês de abril. No que se refere a falência, foram 24 solicitações pelas médias empresas e 13 pelas grandes companhias.
O setor de Serviços (com 75 requisições) foi o que mais demandou por recuperações judiciais, seguido pelo Comércio (54), o setor Primário (35) e a Indústria (20). Do lado dos pedidos de falência, Serviços também lidera, com 38 requerimentos, depois vem o Comércio e Indústria com 33 e 19 solicitações, na ordem.