Apenas em abril, foram R$ 76,3 bilhões desviados da saúde, educação, segurança, saneamento, etc, recursos do povo entregues a bancos e demais rentistas
Em abril de 2024, o setor público (União, Estados/municípios e estatais) gastou R$ 76,3 bilhões com os juros da dívida interna, de acordo com o relatório de “Estatísticas fiscais” do Banco Central (BC), divulgado nesta quarta-feira (29). São R$ 30,5 bilhões a mais do que foi pago em abril do ano passado (R$ 45,8 bilhões).
Com o resultado de abril, ao todo, o setor público já gastou R$ 776,3 bilhões (7,00% do PIB), no acumulado de doze meses até abril. Nos doze meses até abril de 2023, esse gasto foi de R$659,5 bilhões.
Ou seja, a transferência de renda da sociedade para os bancos, via pagamento de juros, foi elevada em 17,7% ou R$ 117,2 bilhões de um ano para outro.
Enquanto essa sangria no orçamento público segue de forma desatada por ação do Banco Central (BC), que segue mantendo a taxa de juros (Selic) em níveis proibitivos, o “terrorismo fiscalista” das contas públicas – por fora e por dentro do governo – arma novos cercos contra a Previdência Social e os mínimos constitucionais de investimentos com educação e saúde, com o fim de extrair ainda mais recursos da sociedade para os banqueiros, rentistas, e outros especuladores da dívida pública.
Com este fim, o Banco Central (BC), liderado por Campos Neto, já reduziu o ritmo de corta da taxa Selic, dos minguados 0,5 ponto percentual de corte – a cada reunião desde agosto de 2023 – para 0,25 ponto percentual (p.p), como forma de pressionar o governo a abraçar as demandas do mercado financeiro estrangeiro e local, por mais retirada de direitos sociais.