“Há necessidade da continuidade de redução dos juros reais praticados no país”, afirmou o ministro do Trabalho, ao divulgar o resultado do Caged de abril. No mês, foram gerados 240.033 empregos com carteira assinada
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, ao divulgar o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) de abril, nesta quarta-feira (29), afirmou que os indicadores positivos em relação ao emprego formal não são justificativa para a diminuição no ritmo da queda da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central.
“Esses indicadores positivos de emprego e de salário não justificam pensar o que a gente tem visto de forma sistêmica em todos os meses. Isso é um alerta para o Banco Central não pensar em interromper as quedas de juros. Pelo contrário, há necessidade da continuidade de redução dos juros reais praticados no país”, afirmou Marinho.
“Não posso aceitar a lógica de que a variação de crescimento dos salários, que ainda estão baixos, seja suficiente para pensar em cessar a redução dos juros que ainda estão altíssimos no país. Espero que o ano termine com menos de dois dígitos”, ressaltou o ministro.
“Espero que os cortes continuem, espero que as análises olhem o que está acontecendo no mundo real e quanto os juros impactam na economia, na vida das pessoas, das empresas. Portanto, há necessidade de continuar a reduzir. Não estamos com juros baixíssimos, comparados globalmente. Na verdade, estamos com juros altíssimos globalmente, e isso atrapalha a atividade econômica. A gente espera que o Banco Central olhe com o olhar da necessidade da economia continuar crescendo e gerando empregos”, defendeu Luiz Marinho.
BRASIL GEROU 240.033 EMPREGOS COM CARTEIRA ASSINADA EM ABRIL
Em abril, o Brasil gerou 240.033 empregos com carteira assinada. O resultado é a diferença entre 2.260.439 contratações e 2.020.406 demissões registradas no mês. No acumulado do ano, o saldo foi positivo em 958.425 empregos e nos últimos 12 meses, foram 1.701.950 empregos formais.
O resultado do mês significou “um crescimento importante no estoque de empregos formais no país”, disse o ministro Marinho durante a coletiva. Segundo o MTE, este foi o melhor abril para o trabalho formal dos últimos 11 anos, levando também ao melhor quadrimestre dos últimos 13 anos.
O estoque total de empregos com carteira assinada registrou um total de 46.475.700 vínculos de trabalho ativos, um crescimento de 0,52% em relação ao mês anterior.
“Cremos que ano que vem ultrapassaremos a barreira dos 47 milhões e aumentando o nosso estoque de emprego formal”, projetou o ministro.
O setor de serviços foi o que mais assinou carteiras em abril, com 138.309 novos postos. A indústria gerou 35.990 empregos, principalmente na transformação, enquanto a construção civil cresceu em 31.893 vagas. O comércio e a agropecuária criaram 27.272 e 6.576 postos, respectivamente.
O salário médio de admissão foi de R$ 2.126,16, com aumento real de R$ 36,96 (1,77%) em relação ao mês anterior.
Regionalmente, todas as regiões apresentaram saldo positivo na geração de empregos em abril, com maior concentração no Sudeste e Sul. Os estados com maior crescimento relativo em empregos foram Acre (1.267 postos, aumento de 1,2%), Amapá (902 vagas, 1,02%) e Espírito Santo (8.167 postos, 0,92%).
São Paulo, Minas Gerais e Paraná tiveram os maiores saldos absolutos.