Junto com a China, o Brasil divulgou recentemente uma proposta de negociação de paz com a presença da Rússia e da Ucrânia. Embaixadora na Suíça representou o país
O Brasil e os demais países do BRICS, grupo que, além do Brasil, é formado por China, Rússia, Índia e África do Sul, se recusaram a assinar a declaração final conferência sobre Ucrânia, organizada pelos países da OTAN na Suíça. O Brasil e a China divulgaram recentemente uma proposta de negociação de paz com a presença da Rússia e da Ucrânia. Quem representou o Brasil no encontro foi a sua embaixadora no país sede.
O comunicado final culpa a Rússia pelo conflito na Ucrânia, exige que Moscou permita que Kiev acesse portos do Mar Negro em território russo e ordena que a Rússia entregue crianças de etnia russa evacuadas da região de Donbass no início do conflito. Ou seja, todas as propostas da OTAN. A redação do comunicado causou atritos, com uma dúzia de países se recusando a assinar o documento. Entre os que não assinaram estavam Brasil, Índia, México, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Na véspera do evento da OTAN, Vladimir Putin, presidente da Rússia, apresentou novas propostas de paz para resolver o conflito na Ucrânia.
Na proposta, a Rússia defende o reconhecimento do status da Crimeia, das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, e das regiões de Kherson e Zaporozhie. Essas repúblicas fizeram plebiscitos e decidiram se juntar à Rússia depois que um regime nazista se instalou em Kiev a partir de um golpe de Estado insuflado pelos EUA em 2014. Desde a data do golpe, essas repúblicas passaram a ser bombardeadas pelos nazistas de Kiev. Milhares de civis morreram.
A conferência sobre a Ucrânia foi realizada neste sábado (15) e domingo (16), perto da cidade suíça de Lucerna, no resort de Burgenstock. Com uma pressão enorme feita pelos EUA e pela OTAN, apenas 55 chefes de Estado confirmaram sua participação.
Oito organizações engajadas na guerra contra a Rússia, incluindo a UE, o Conselho da Europa estiveram presentes. A ONU também chancelou o encontro. Além de Xi Jinping e Lula, presidentes da China e do Brasil, respetivamente, Joe Biden também não compareceu à conferência, que já está sendo considerada um fracasso.
Apesar de não ir, Biden aprovou mais armas para Kiev. A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, que representou o país no encontro, deixou a “conferência” após apenas algumas horas no sábado, retornando a Washington antes do início do principal dia de trabalho da cúpula.
A Suíça, que já foi um país neutro, mas que se submeteu aos ditames dos EUA e da OTAN na questão da guerra contra a Rússia, não convidou o país eurasiático para participar da cúpula. Vários participantes do evento questionaram a seriedade de uma conferência de paz séria sem a presença da Rússia.
Moscou, por sua vez, afirmou que não teria participado de qualquer forma. O Kremlin disse que era absolutamente inútil procurar opções para resolver a situação no conflito ucraniano sem a participação da Rússia. Em negociações anteriores, o regime de Kiev foi proibido pelos EUA de negociar com a Rússia.