A greve por tempo indeterminado iniciada na Costa Rica na segunda, dia 10, em repúdio ao arrocho fiscal e aos cortes de investimentos públicos que ameaçam provocar um grave aumento do custo da cesta básica e dos serviços sociais, teve a participação de amplos setores sociais do país. No aprofundamento do rechaço, milhares de pessoas convocadas por sindicatos, entidades estudantis e de moradores saem às ruas a protestar, pelo quinto dia consecutivo.
O governo do presidente Carlos Alvarado apresentou um projeto de lei que aumenta, de forma descontrolada, os impostos para a população, enquanto a evasão fiscal das grandes empresas, que é uma das maiores da América Latina, não é tocada.
Estudantes e policiais se enfrentaram, na sexta-feira, 14, nos arredores da Universidade da Costa Rica, na capital, San José. As autoridades da UCR repudiaram os atos de repressão e violação da autonomia universitária executadas pelas unidades da policia nacional. Os manifestantes denunciam ainda o cerco midiático que as corporações informativas – entre elas Teletica, Repretel Canal 6 e Grupo Nación S.A. – realizam, não informando sobre as ações populares.
A “Grande Marcha Nacional”, como é chamada a mobilização, acontece simultaneamente nas principais cidades do país, e reúne centenas de milhares de pessoas.
As manifestações e os bloqueios nas estradas das províncias de Guanacaste (noroeste) e Puntarenas (Pacífico Central) obrigaram o governo a suspender a tradicional comemoração do Dia da Independência Centro-americana, no sábado, 15, e a trasladar a tocha símbolo de helicóptero até a cidade de Cartago (centro).