Bilionário e dono da rede social X afirmou que “deveríamos eliminar as urnas eletrônicas”, num claro ataque à democracia e soberania brasileiras
Viciado em mentiras, mesmo depois das evidências de eleições limpas e seguras, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez ataques verbais às urnas eletrônicas, ao sugerir que o sistema eleitoral brasileiro não tem segurança contra fraudes.
Mas ele não apresenta nenhuma prova que sustente esses ataques despropositais.
O parlamentar repercutiu postagem feita pelo dono da rede social X, Elon Musk. “Deveríamos eliminar as urnas eletrônicas”, escreveu o capo. “O risco de ser hackeado por humanos ou IA, embora pequeno, ainda é muito alto”.
De acordo com o parlamentar, “qualquer pessoa minimamente sensata concorda com Elon Musk”. “Essa pauta virá à tona novamente no Brasil, para o bem do resgate de nossa democracia”, escreveu Eduardo Bolsonaro.
Há três problemas nesses ataques: o deputado sabe que as urnas são seguras, não há provas do contrário e a democracia que o filho “02” diz defender é a que ele ataca e tenta colocar em xeque com a atuação dele, na Câmara e nas redes digitais.
ARMAÇÃO DA EXTREMA DIREITA
Os ataques de Eduardo e Elon Musk às urnas eletrônicas fazem parte de estratégia da extrema direita de desferir ataques ao Judiciário e ao sistema eleitoral, com o objetivo de fazer políticos direitistas tomarem posse mesmo que saiam derrotados de eleições, numa clara tentativa de golpe.
Críticas à Justiça fazem parte das alternativas do estadunidense Steve Bannon, que tentou na última década fazer partidos de direita chegarem ao poder nos Estados Unidos e em outros países.
Em janeiro de 2021, quando Donald Trump (Partido Republicano) perdeu a eleição, vários apoiadores invadiram o Poder Legislativo do país – Capitólio -, e acusaram o sistema eleitoral de ser fraudulento. E lá não tem urna eletrônica para acusar.
DENÚNCIA VAZIA E TENTATIVA DE GOLPE
Bannon, que foi palpiteiro do ex-presidente Donald Trump, teve encontro com o deputado Eduardo Bolsonaro, nos EUA, após o segundo turno da eleição no Brasil e aconselhou o parlamentar a questionar o resultado das urnas eletrônicas.
Em janeiro de 2023, apoiadores do ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro (PL) invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, e causaram seríssimos prejuízos na tentativa de golpe de Estado.
O STF (Supremo Tribunal Federal) já fez 216 condenações, das 1.390 denúncias feitas pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
DIREITOS POLÍTICOS CASSADOS
Bolsonaro está inelegível até 2030 após decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no ano passado.
O ex-mandatário espalhou fake news ao fazer acusações, sem provas, em 2022, quando afirmou a embaixadores, no Palácio do Alvorada – residência oficial do presidente da República -, que o sistema eleitoral brasileiro não tem segurança contra fraudes.