Alexandre Silveira cobrou celeridade do Ibama para liberar a exploração de petróleo. “Combustíveis fósseis são uma fonte energética ainda fundamental para todos os países”, afirmou
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cobrou do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) celeridade para a liberação da exploração de petróleo de um bloco na Margem Equatorial e disse que a Petrobrás “deve ser indutora do crescimento nacional”.
“Nós temos que avançar e ter o diagnóstico e soberanamente decidirmos sobre a exploração ou não dessas potencialidades. Essa é a minha visão como ministro de Minas e Energia e posso afirmar que é a visão majoritária no governo do presidente Lula”, declarou Silveira em uma reunião da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
Alexandre Silveira contou que o Ministério está engajado em ações de transição energética, mas não é possível “precisar em quanto tempo a gente vai efetivamente abrir mão dos combustíveis fósseis e eles são uma fonte energética ainda fundamental para todos os países, especialmente os em desenvolvimento”.
A renda do petróleo, continuou, é importante “para combater a miséria, fome, investir em educação, saúde. Então é fundamental que a gente continue tendo o direito de conhecer as nossas potencialidades”.
Durante a reunião, o ministro comentou especificamente sobre o bloco FZA-M-59, que fica a 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas. Os estudos da Petrobrás mostram que o bloco pode ter mais de 5,6 bilhões de barris de petróleo.
Para ele, “um país com as nossas potencialidades não pode abrir mão da sua soberania energética. Temos que olhar todas as nossas potencialidades e explorá-las. Claro, de forma segura, adequada e sustentável. Mas não podemos abrir mão de nenhuma delas”.
O presidente Lula já defendeu publicamente a exploração da região. “Enquanto a transição energética não resolve o nosso problema, o Brasil tem que ganhar dinheiro com esse petróleo”, falou.
A nova presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, também deu declarações em favor da exploração da Margem Equatorial. “É fundamental desenvolver as fronteiras como a Margem Equatorial e do Sul do Brasil. Mas, iremos desenvolver com padrão de segurança, conformidade com a legislação ambiental e licenciamento”.
Já o coordenador-geral de mudanças do clima do Ministério do Meio Ambiente, Thiago Longo, na contramão, alega que o Ibama só deverá tomar uma decisão sobre o bloco depois de novembro de 2025, quando ocorrerá a Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.