“O Brasil não vai deixar de certificar”, declarou o presidente, em entrevista à rádio Mirante News, em São Luís (MA)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na sexta-feira (21) que o Brasil irá explorar a sua nova fronteira de petróleo e gás, na Margem Equatorial brasileira – arco que se estende entre o Rio Grande do Norte ao Amapá, com potencial de garantir a segurança energética no país e reduzir a desigualdade nestas regiões.
“Nós vamos explorar a Margem Equatorial”, assegurou o chefe do Executivo.
“Não tem por que [não explorar]. O Brasil não vai deixar de certificar. Porque, por enquanto, não é explorar. O que nós queremos é fazer um processo de medição para a gente saber se tem e qual a quantidade de riqueza”, declarou Lula, em entrevista à rádio Mirante News, em São Luís.
A declaração de Lula refere-se ao bloco FZA-M-59 no litoral do Amapá, o de maior potencial entre os 42 blocos na Margem Equatorial brasileira, cujo pedido de licenciamento para pesquisa da Petrobrás foi negado pelo instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com a justificativa de que a pesquisa traz riscos à fauna e as terras indígenas na região – apesar do bloco estar localizado a 500 km da foz do rio Amazonas e a 2.800 metros de profundidade.
Aguardando ainda – desde meados de junho do ano passado – uma segunda resposta do Ibama para liberação de seus estudos no bloco FZA-M-59, hoje a Petrobrás já realiza pesquisas em dois blocos na bacia Potiguar, que foram autorizados em setembro pelo órgão ambiental.
“E se tiver [petróleo e gás], nós temos uma coisa que é o seguinte: a nossa Petrobrás é uma empresa de maior competência tecnológica para explorar petróleo em águas profundas”, constatou Lula, ao ressaltar a grande expertise e histórico da estatal na exploração de petróleo e gás sem prejudicar o meio ambiente.
“Agora, quando você fala da Margem Equatorial, o pessoal fala: ‘mas é perto da Amazônia’. “É o seguinte”, seguiu Lula, “é a 575 km da margem do Amazonas. Ou seja, uma distância enorme e a gente vai fazer isso, 1º certificar como vai explorar e quais são os cuidados que nós temos que ter”, afirmou o presidente.