“Não é plausível que o atirador não tenha visto que o carro estava ocupado por civis, incluindo crianças”, concluiu investigação sobre a morte da menina palestina de cinco anos e mais seis familiares.
Um tanque israelense disparou as balas que mataram a menina palestina de cinco anos de idade, Hind Rajab, e seis parentes quando estavam sentados em um carro no norte de Gaza em janeiro, de acordo com uma análise divulgada na sexta-feira (20), que comprovou que havia 335 perfurações de bala no veículo da família, um Kia Picanto.
Um massacre hediondo e estúpido de civis palestinos, que indignou o mundo, assim que foi divulgado o áudio do pedido de ajuda da prima dela, Layan Hamada, de 15 anos, encerrado abruptamente pelo som das rajadas e por seus gritos de agonia, e que entre os mortos havia uma criança de cinco anos de idade, Hind. No final de abril, nos EUA, manifestantes antigenocídio da Universidade de Columbia a homenagearam, rebatizando um prédio acadêmico como “Hind’s Hall”.
A chacina ocorreu em 29 de janeiro, quando a família Rajab, de sete membros, tentou fugir da Cidade de Gaza de carro. Os corpos dos sete familiares e de dois paramédicos, cujo veículo foi atacado nas proximidades, foram encontrados 12 dias depois, em 10 de fevereiro.
A análise foi realizada pela agência de pesquisa inglesa Forensic Architecture, da Universidade de Londres, em conjunto com a Al Jazeera e a ong Earshot. Segundo os autores, o tanque estaria posicionado entre 13 e 23 metros do carro da família quando disparou os tiros que mataram Layan Hamada e “não é plausível que o atirador não pudesse ter visto que o carro estava ocupado por civis, incluindo crianças”.
Ainda segundo a análise, o tanque israelense também provavelmente matou os dois paramédicos do Crescente Vermelho Palestino (PRCS) que chegaram ao local. A nova análise refuta a alegação de Israel de que suas forças não foram responsáveis pelas mortes.
Hamada permaneceu viva por pelo menos três horas depois que os outros seis foram mortos, inclusive a pequena Hind, e estava ao telefone com o Crescente Vermelho (equivalente à Cruz Vermelha), pedindo ajuda. “Estou com tanto medo, por favor, venha”, disse ela, de acordo com o jornal inglês The Guardian.
A nova análise se encaixa amplamente com as conclusões de uma investigação de abril do Washington Post sobre o assassinato da família palestina, adiciona novos detalhes e reforça a convicção de que os homicidas são as forças coloniais israelenses. Após essa nova análise, Medhi Hasan, editor-chefe do Zeteo News, argumentou que aqueles que continuam a apoiar o assassinato de crianças palestinas são sociopatas, registrou o Common Dreams.
Na época em que o massacre veio a público, foi dito que a idade de Hind ao ser assassinada era de seis anos, mas o The Guardian emitiu uma correção em maio afirmando que ela tinha apenas cinco anos de idade.