O candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes, criticou declarações do candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), Hamilton Mourão, afirmando que o militar está preparando um novo golpe no País.
“O general Mourão está escalando o golpe e eu irei enfrentá-lo. Eu sou um brasileiro que conhece a lei. É proibido um comandante militar opinar na política. É próprio que um comandante militar fique tutelando o processo político, coagindo as pessoas a votarem por medo? Medo de quê? Eu não tenho medo deles não”, disse o candidato.Ao participar de entrevista ao Jornal da Globo, na noite da segunda-feira (17), o pedetista voltou a chamar Mourão de “jumento de carga”.
Mais cedo, em entrevista à rádio Jovem Pan, em São Paulo, Ciro havia criticado as propostas de Bolsonaro, argumentando que plano de governo de adversário prevê “golpe”. “Sem nenhuma dúvida o ‘coiso’ propõe com certa clareza o golpe”, disse.
Ele também condenou as suspeitas lançadas pelo candidato do PSL à segurança das urnas eletrônicas, apontando ainda que as urnas que estão sendo alvo de questionamentos são as mesmas que elegeram Bolsonaro e os filhos dele.
O pedetista esteve na terça (18) com representantes da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), na capital paulista, onde reiterou a promessa de revogar a Emenda à Constituição 95, também conhecida como Teto de Gastos.
No encontro, aproveitou para criticar o candidato do PT. “Fiquei muito constrangido ontem com o Haddad, que anunciou que vai manter a PEC 95 e excluir só o investimento. Só que, no código de contabilidade brasileiro, o financiamento em Pesquisa e Desenvolvimento não é investimento, é custeio”, ressaltou.
“Aí (o Fernando Haddad) vem dizer que a prioridade é C&T (ciência e tecnologia), que o PT é o rei do abacaterol, não é não, é mentira”, afirmou.
Segundo o pedetista, os candidatos precisam criar um ambiente para revogar o teto, pois, caso contrário, não será possível cumprir as promessas feitas pelos presidenciáveis em suas campanhas. “A tarefa não pode ser só minha. Ou a gente cria um ambiente para revogar a PEC 95 ou todos os programas, meus e de meus adversários, são mentira”, frisou.
Embora Ciro Gomes expresse essas opiniões sobre a emenda do teto de gastos, criada por Temer e Henrique Meirelles, e que congela recursos para a saúde, educação e outrso setores por 20 anos, seu economista Mauro Benevides Filho defende ajuste fiscal, privatizações e outras propostas neoliberais.
Ciro Gomes também fez duras críticas ao PT, durante a sabatina do portal G1 e da rádio CBN na última quarta-feira (19). Ao ser questionado se deixaria sua candidatura para apoiar Fernando Haddad, por causa das pesquisas, respondeu que “nem a pau, Juvenal”.
A resposta do presidenciável veio após o jornalista Gerson Camarotti perguntar: “O Haddad ontem esteve aqui na entrevista e lembrou que vocês são próximos. Eu cheguei a questioná-lo sobre sua colocação de que o Brasil não aguenta outra Dilma Rousseff e ele disse que o Ciro, tenho certeza, vai me apoiar, porque a gente pensa no mesmo campo. O senhor pensa isso?”
Ciro respondeu: “Nem a pau, Juvenal. Eu não cedo a instituto de pesquisa a minha responsabilidade com o meu país”.
Camarotti lembrou que Haddad já afirmou que o apoiaria e então o candidato do PDT respondeu: “eu aceitaria com muita honra. Porém ele está se precipitando como um sinal de inexperiência e/ ou de arrogância”.
“O Haddad aceitou desenvolver um papel que eu considero que o diminui profundamente. Esse papel foi oferecido a mim, esse é um fato real. O Lula – via Dilma Rousseff, via Roberto Requião, via Gleisi Hoffmann – me cercou por todos os lados para eu aceitar ser o vice dele de araque”, disse.