A reunião do Conselho de Política Monetária (COPOM) do Banco Central, realizada na terça-feira (18) e quarta-feira (19), divulgou nota, na qual informa a decisão de manutenção da taxa básica de juros da economia (Selic) em 6,5% ao ano.
Nesses termos o financiamento da dívida pública do governo central no Brasil continua super onerosa, drenando recursos dos impostos para o pagamento de juros e eventuais amortizações. À semelhança do que acontece quando o correntista entra no redemoinho do cheque especial, paga-se e paga-se e nunca que a dívida se reduz.
Para uma comparação das taxas reais (descontada a inflação), dos EUA é de -0,54 ao ano, da Coréia do Sul é -0,16% ao ano, em Portugal é -1,43% ao ano, na Austrália é de -0,15% ao ano e também na França ela é negativa em -2,2% ao ano, enquanto no Brasil está em 2,91%, conforme boletim do MoneyYou.
Os mais de US$ 300 bilhões de dólares do Brasil, que o governo brasileiro mantém em títulos da dívida pública americana, pela taxa de juros acima, depois de ano, significaria uma perda de seu poder de compra em 0,54%.
É bastante difícil que investimentos na indústria, ou mesmo entre outras empresas não financeiras, obtenham taxas de retorno iguais ou mesmo um pouco acima aos 6,5%. Nessas condições, a taxa Selic tem funcionado e continuará funcionando como grande empecilho para os investimentos e promove uma transferência inaudita de recursos do estado para os bancos.
Tem um rapaz que é servidor do Banco Central e mantém um blog sobre economia. Ele se diz de esquerda, inclusive é filiado ao PT. Em seu blog, ele apresenta um bom entendimento sobre política monetária, econômica etc. Uma série de postagens que eu gostaria que vocês do HP dessem uma olhada (e, se possível, comentassem) é a série sobre a Auditoria Cidadã da Dívida.
Não vou colocar o nome dele aqui, mas é fácil de achá-lo no google.