“Está mais do que provado que quanto mais arma tem, mais homicídio tem”, destacou o vice-presidente da República
O vice-presidente da República Geraldo Alckmin (PSB) se manifestou contrário à proposta de tirar armas do Imposto Seletivo (IS), também chamado de “imposto do pecado”, da reforma tributária. “Acho que é um equívoco. Você tem que desonerar comida. É muito melhor desonerar comida. Está mais do que provado que quanto mais arma tem, mais homicídio tem”, disse Alckmin.
Os bolsonaristas estão pressionando, não só para liberar geral as armas no país, como também dar incentivos fiscais para os seus fabricantes e comerciantes. Especialistas concordam com o vice-presidente ao associarem as políticas de incentivo ao armamento com o aumento dos índices de criminalidade. Boa parte das ditas “armas legais” acabam nas mãos das milícias e dos chefões do crime organizado.
No ano passado, na discussão sobre a proposta de emenda constitucional (PEC) da reforma, os deputados armamentistas, ligados à “bancada da bala”, às milícias e a Jair Bolsonaro, retiraram a previsão de Imposto Seletivo sobre armas durante segunda rodada de votação no plenário.
A base do governo defende a inclusão na regulamentação da reforma tributária sobre o consumo, mas a oposição mostrava grande resistência. As armas e munições acabaram ficando de fora da lista de itens taxados pelo “imposto do pecado”, tributo para desestimular o consumo de produtos e serviços que são prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como bebidas alcoólicas e açucaradas, por exemplo.
Questionado se há especulação contra o real, como disse Lula nesta semana, Alckmin deu ênfase ao cenário externo. “Você tem um cenário externo, a questão dos juros americanos. Eu estou otimista, porque eu acho que no segundo semestre pode cair o juro americano e, se cair o nosso junto, você tem um crescimento forte da economia”, disse o vice-presidente.
Em seguida, completou: “O mercado oscila, o câmbio é flutuante, não tem câmbio fixo. Mas eu disse lá atrás que essas oscilações eram transitórias, passageiras. E o câmbio voltará ao seu patamar adequado”. Ele reforçou a geração de empregos no país, somada à queda da inflação. “Então, eu acho que o que interessa é que a base da economia, os predicados, os pressupostos econômicos estão colocados de maneira correta.”