Gasolina terá uma alta de 7,11% para as distribuidoras e o gás de cozinha subirá 9,6% a partir desta terça-feira (9)
A Petrobrás anunciou nesta segunda-feira (8) o aumento de 7,11% nos preços da gasolina e de 9,6% do gás de cozinha, que são vendidos pelas refinarias da estatal para as distribuidoras.
A partir de amanhã, terça-feira (9), o litro da gasolina terá um acréscimo de R$ 0,20, chegando a R$ 3,01, em média. Já o litro do gás liquefeito de petróleo (GLP) de 13kg, o popular gás de cozinha, vai subir R$ 3,10, passando a R$ 34,70, em média.
Para a gasolina, a direção da estatal argumenta que esse foi “o primeiro ajuste nos preços de venda de gasolina A da Petrobrás para as distribuidoras. O último reajuste ocorreu em 21/10/2023, uma redução, e o último aumento em 16/08/2023. Desde a implementação da nova estratégia comercial, a Petrobrás reduziu seus preços de venda para as distribuidoras em R$ 0,17 /litro”.
No caso do gás de cozinha, a gestão da petroleira, em nota, justifica que “em 2024, este é o primeiro ajuste nos preços de venda de GLP da Petrobrás para as distribuidoras. Os últimos ajustes ocorreram em 17/05 e 01/07/2023, duas reduções. E o último aumento ocorreu em 11/03/2022. Desde 31/12/2022, a Petrobrás reduziu seus preços de venda para as distribuidoras em valor equivalente a R$ 7,34 /13kg”.
Os reajustes nos preços da gasolina e do GLP pela Petrobrás ocorrem após pressão dos importadores, refinarias privatizadas e demais especuladores do setor de energias por aumentos nos preços dos combustíveis.
Na última semana, em que houve um forte movimento especulativo do câmbio, a Abicom (que representa o cartel dos importadores) e a Refinaria Brasil (que representa as refinarias privatizadas) usaram os seus porta-vozes na mídia para reclamar da ausência de reajustes nos preços dos combustíveis da estatal. Após o anúncio da Petrobrás, o presidente da Abicom, Sergio Araujo, disse que “o reajuste não é suficiente para zerar a defasagem dos preços dos combustíveis”. Ou seja, clamou por mais aumentos.
Em maio de 2023, a direção da Petrobrás realizou uma mudança em sua política de preços e afirmou que acabou com a chamada política de paridade internacional (PPI), adotada em meados de 2016, que elevou de forma agressiva os preços dos combustíveis no mercado interno. O PPI, além dos preços internacionais, ele também considera os custos de importação.
No entanto, em sua nova estratégia comercial, o ex-presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, afirmou que os preços da estatal ainda têm como referência em seus preços as variações dos preços internacionais do petróleo.
Na semana passada (4), a nova presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, recebeu representantes dos bancos de investimentos, na seda da empresa, segundo a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), que afirma que após o encontro, os banqueiros “se mostraram satisfeitos”.
“Chambriard teria assegurado a continuidade dos planos do ex-presidente Jean Paul Prates”, segundo a entidade. “Garantiu a manutenção: da política de preços; da política de dividendos; da disciplina com a alocação de capital e da governança corporativa”, criticou a AEPET.
“Quanto à política de preços, os banqueiros insistem na continuidade do Preço Paritário de Importação (PPI), afirmando ser necessário o aumento dos preços dos combustíveis. Chambriard teria dito que vai continuar a segurar a volatilidade e atrasar para repassar aumentos de preços para gasolina e diesel. Para a AEPET, isso significa a manutenção do PPI, apenas com outro nome. O que se confirmou nesta segunda-feira (8), com o aumento da gasolina e do gás de botijão, logo após o ataque especulativo ao Real”, afirmou a entidade, em nota.