Como resultado da crise que varre a Nicarágua, a economia do país centro-americano de meados de abril até julho acumulou perdas de US$ 946,2 milhões e 347 mil pessoas tendo sido despedidas ou suspensas dos seus empregos. Conforme a Fundação Nicaraguense para o Desenvolvimento Econômico e Social (Funides), estes números farão com que a economia do país encerre o ano com uma retração de pelo menos 2,1%, podendo se intensificar com a manutenção da violência.
Neste caso, as perdas poderiam alcançar os US$ 1,214 bilhão e a contração chegaria aos 4%.
A perda ou suspensão dos 347 mil empregos até junho – um desastre porque a população tem cerca de seis milhões de habitantes – está concentrada principalmente em três setores, que acumulam 76,7% do total. Entre as atividades econômicas mais afetadas estão o comércio, com 154 mil empregos perdidos; hotéis e restaurantes, 62 mil; construção civil, 50 mil; e agropecuária, 43 mil.
No caso do emprego formal, o Instituto Nicaraguense de Seguro Social (INSS) registrou a perda de 110.898 filiados entre novembro do ano passado e junho deste ano. Destes empregos formais, 78% foram destruídos entre abril e junho, nos primeiros três meses da crise sociopolítica.
O relatório estatístico do mercado de trabalho correspondente a junho de 2018, publicado pelo Banco Central da Nicarágua (BCN), destaca que em novembro do ano passado o INSS tinha 921.328 filiados, enquanto que no fechamento do primeiro semestre deste ano este número havia caído para 810.430, uma redução de 12% em oito meses.
Os protestos tomaram conta das ruas contra o presidente Daniel Ortega e sua vice e esposa Rosário Murillo quando o governo tentou implementar seu decreto que reduzia as aposentadorias em 5% e aumentava as contribuições.