A ministra do Trabalho e da Segurança Social da Guatemala, Leticia Teleguario, anunciou nesta semana sua renúncia ao cargo devido ao agravamento das condições do país dirigido pelo presidente Jimmy Morales. “A situação do país não me permite seguir aportando nas políticas originais priorizadas”, explicou.
Com a decisão de Teleguario, já somam 11 os ministros que deixaram o posto – além dos dois que foram demitidos diretamente – desde que Jimmy tomou o poder em 14 de janeiro de 2016.
Originalmente um comediante, o novo presidente foi eleito em 2016 – com o apoio do grande empresariado, da mídia e de grupos criminosos – pela Frente de Convergência Nacional (FCN), de direita, tendo sua candidatura contado ainda com o estímulo de setores considerados ultraconservadores, como a Associação de Veteranos Militares (Avemilgua).
A ministra já havia renunciado no dia 19 de setembro do ano passado, em meio a uma crise política provocada pela declaração de “não grato” ao chefe da Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (Cicig), o jui\ colombiano Iván Velásquez, que junto à Promotoria havia apresentado uma ação contra o presidente e seu círculo próximo de corrupção e de dezenas de crimes.
Naquela oportunidade, junto a Julio Héctor Estrada, ex-ministro da Economia (que deixou o cargo esta semana) e de Francisco Rivas, ex-ministro de Governo (que saiu em janeiro), disse que “os espaços de oportunidade” para realizar seus programas de trabalho “se fecharam rapidamente”.
Oficialmente, a pobreza atinge a mais de 59% dos habitantes da Guatemala, alcançando 83% na área rural e indígena.