Em carta divulgada na quinta-feira (20), Fernando Henrique Cardoso tentou mais uma vez resgatar o desacreditado Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano patina, e FHC, com sua carta, ajuda a afundá-lo ainda mais. Alckmin não agrada porque é visto como continuação de Temer e Dilma. Os dois afundaram o país na maior crise da história e FHC diz na carta que só a união em torno de Alckmin tem condições de prosseguir nos “ajustes”, nos cortes de direitos, na destruição da Previdência, etc.
A corrupção de tucanos e petistas, com sua ladainha neoliberal, jogou o país no caos político e econômico – e abriu caminho para a demagogia alucinada e o fascismo.
A carta de FHC, sobre isso, é miopia pura. Diz que o problema é que “há muitos partidos no Brasil”. Diz também que a crise foi causada por gastos excessivos com o povo e que a Previdência pública não pode continuar.
Seu desejo é que a disputa ficasse entre os dois “partidos de casa”. Uma diferença aqui e outra ali, mas todos iguais nos “ajustes”, isto é, na pilhagem de dinheiro do povo para o setor rentista e parasitário: bancos, fundos estrangeiros e outros saqueadores do país.
Bolsonaro, o candidato fascista, que vinha escondendo seus planos, conseguia esvaziar a candidatura tucana porque parecia diferente deles. Mas, foi só o seu guru, Paulo Guedes, abrir a boca para cair a máscara. “Fim da Previdência, aumento de impostos, privatização geral e irrestrita”.
Ficou evidente que o programa econômico de Bolsonaro e o de Alckmin é, essencialmente, o mesmo – a lavagem neoliberal que infelicita o país, desde, precisamente, o governo dos tucanos.
A diferença é a truculência e a estupidez de uns e a lábia de outros. Eles defendem, fundamentalmente, a mesma política. Os tucanos com pompa – e o fascismo com a jumentice. A carta de FHC e a fala de Guedes deixam isso tudo muito claro. Para ajudar a derrotar a jumentice, os tucanos vão ter que baixar bem a bola.
SÉRGIO CRUZ