A família Atalla comunicou na quinta-feira (21) a venda da fábrica de cimentos Ciplan – Cimento do Planalto ao grupo francês Vicat. A Ciplan está entre as dez maiores cimenteiras do país e em 2018 completa 50 anos de atividades.
Com capacidade de produção para três milhões de toneladas/ano, em 2017 produziu dois milhões. Em 2014 a produção chegou a dois milhões oitocentas mil toneladas.
No início do mês o Grupo Ricardo Brennand, com fundação em 1917, anunciou a venda de 50% do controle acionário da Brennand Cimentos, fabricante do cimento Nacional, com capacidade de 3,3 milhões de toneladas ano, por R$ 700 milhões para a empresa Buzzi Unicem, de origem italiana, que reúne 40 fábricas em 12 países.
De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), em seu boletim de resultados de agosto, “no mês de agosto de 2018, foram vendidas 4,9 milhões de toneladas de cimento no mercado interno, um volume 2,4% menor que em agosto de 2017, de acordo com dados preliminares da indústria”.
No período de janeiro a agosto de 2018, as vendas acumularam 34,9 milhões de toneladas. Esse montante representa uma queda de 1,7% frente ao mesmo período do ano passado. Em 12 meses, as vendas totalizaram 52,7 milhões de toneladas, quantidade 2,6% menor do que nos 12 meses anteriores (setembro/16 a agosto/17).”
Para Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, este ano o setor deverá fechar novamente com resultado negativo. “Com todas essas variáveis, as novas projeções do SNIC, a indústria do cimento deve registrar uma queda entre 1% e 2% em 2018, o que representa uma sequência de quatro anos consecutivos de queda, acumulando desde 2014 uma retração de 26%.”
A indústria de cimento brasileira reúne 100 fábricas pertencentes a 24 grupos empresariais (dados de 2016). Tem uma capacidade instalada de 100 milhões de toneladas ano. Produziu 54 milhões de toneladas em 2017. Em 2016 a produção foi de 57 milhões de toneladas.
A venda das duas cimenteiras e os dados do setor são mais um resultado do desastre da política neoliberal, aprofundada a partir de 2014/2015, que a despeito de uma pressuposta disciplina fiscal, derrubou drasticamente o investimento público, cujas obras de infraestrutura são um mercado chave para a indústria do cimento.