Há uma semana, estudantes da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ocupam a reitoria da instituição em protesto contra cortes e mudanças nos programas de auxílio permanência, além de exigir mais verba para a universidade.
Os estudantes estão mobilizados contra a redução do valor da bolsa-material, que passará de R$ 600 semestrais para R$ 300, e a extinção do auxílio-alimentação de R$ 300 para alunos dos campi com restaurante popular. Além disso, a bolsa permanência de R$ 706, destinada a estudantes com renda per capita de até um salário mínimo e meio, será restrita apenas àqueles que vivem com até meio salário mínimo, afetando cerca de 1.400 alunos.
A reunião realizada na terça-feira (30) entre representantes dos estudantes e a reitoria terminou sem acordo, com a administração da Uerj negando o pedido de revogação das mudanças. Uma nova reunião está prevista para esta sexta-feira.
Em nota, a Uerj afirmou que não possui os recursos necessários para manter o programa de auxílio, criado durante a pandemia, e que no atual contexto de insuficiência orçamentária, precisa ser revisto para não afetar os mais vulneráveis. A crise financeira do governo do estado e o Regime de Recuperação Fiscal foram citados como motivos para a dificuldade em obter os recursos necessários.
Mariola Souza, estudante de ciências sociais e uma das líderes do protesto, destacou que o movimento é uma luta por mais verbas para a universidade. “Sabemos do contingenciamento financeiro que vive nossa universidade e que o orçamento disponível é inferior à necessidade. Por isso, nossa luta é por mais orçamento e contra a política de destruição da Uerj”, afirmou.
A Uerj é uma das maiores e mais importantes universidades do país, com campi em nove cidades do Rio de Janeiro, incluindo a capital. Com 43 mil alunos distribuídos em 100 cursos de graduação, 63 de mestrado e 46 de doutorado, a instituição foi a primeira no Brasil a adotar um sistema de cotas em seu vestibular, em 2003.