José Filomeno dos Santos (Zenú), filho de José Eduardo dos Santos, ex-presidente de Angola, foi detido e cumpre prisão preventiva desde esta segunda-feira, acusado de corrupção sob os itens associação criminosa, tráfico de influência, fraude e lavagem de dinheiro.
Esta medida que atinge Filomeno, que exerceu, no governo de seu pai, a função de presidente do Fundo Soberano de Angola, se coloca no quadro do combate à corrupção prometido, quando em campanha, pelo atual presidente, João Lourenço, que celebra um ano de governo.
A acusação formal, pelo Ministério Público angolano, resulta de uma investigação sobre a suspeita de transferências irregulares de dinheiro que, segundo as apurações, chega a 500 milhões de dólares.
Zenú, que foi exonerado do Fundo Soberano angolano por João Lourenço, já tinha prestado depoimento em março, na sequência desta investigação.
Outro integrante destacado do governo anterior, também detido agora, é Augusto Tomás, nomeado ministro da Economia e Finanças de Angola e, depois, para a pasta dos Transportes por José Eduardo dos Santos. Ele foi exonerado por João Lourenço em meio a uma discussão acirrada sobre a formação de uma parceria público-privada para a criação de uma companhia aérea. O novo Presidente angolano barrou o negócio. “Não vai adiante, não vai sair, não vai acontecer, por se tratar de uma companhia fictícia”, disse João Lourenço.
Além das prisões, o governo atual de Angola busca fazer com que o dinheiro surrupiado volte aos cofres do Banco Nacional de Angola (BNA). O procurador-geral adjunto e coordenador da Direção Nacional de Investigação e Ação Penal de Angola, João Luís de Freitas Coelho, garante que o Ministério das Finanças e o BNA estão “fazendo todos os esforços junto do Governo e da banca inglesa” para que o dinheiro seja devolvido a Angola.