“Se você quer paz, esteja preparado para a guerra”, diz Lula ao lançar a fragata Tamandaré

Lula prestigia o lançamento da fragata Tamandaré (Fotomontagem HP)

“O poder de compra do Estado brasileiro pode e deve ser utilizado para fortalecer essa estrutura produtiva e estimular a geração de novas tecnologias e empregos”, defendeu o presidente em Itajaí, SC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira (9), em Itajaí (SC), do lançamento da primeira fragata da classe Tamandaré, parte do programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), executado pela Marinha do Brasil.

O presidente defendeu que, embora o Brasil busque a paz, é fundamental estar preparado para a guerra. “Se você quer paz, esteja preparado para a guerra. A guerra não nos interessa. As fragatas devem representar a paz,” afirmou, depois de pedir um minuto de silêncio pelas mortes do acidente de Avião em Vinhedo, interior de São Paulo.

Lula disse que “essa é uma indústria indispensável para a nossa soberania, garantindo o domínio sobre nossas riquezas naturais, nosso mar e o nosso pré-sal. “O lançamento da fragata é mais um passo no fortalecimento das Forças Armadas,” afirmou.

O presidente também enalteceu o papel da estatal Engeprom, responsável pela condução do projeto em parceria com empresas como a Embraer Defesa e Segurança, e sua subsidiária Atech e a Thyssenkrupp Marine Systems.

Ele destacou que desde seu primeiro governo, o governo buscou sempre “ampliar a capacidade de escolha do País por tecnologias que melhor atendam as demandas estratégicas, estimulem diferentes setores da economia e garantam as melhores oportunidades de formação dos profissionais brasileiros”.

“O poder de compra do Estado brasileiro pode e deve ser utilizado para fortalecer essa estrutura produtiva e estimular a geração de novas tecnologias e empregos”, defendeu Lula, destacando que “este projeto, particularmente, reúne uma série de vantagens que vão de encontro às nossas expectativas”. O programa Fragatas Classe Tamandaré faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e prevê a construção de quatro fragatas no Brasil com significativa participação nacional e transferência de tecnologia.

Assista a solenidade de lançamento da fragata Tamandaré

“A construção das quatro fragatas contratadas ocorre em um estaleiro no Brasil, com grande participação da Indústria nacional. Ela também envolve transferência de tecnologia, a geração de 8 mil empregos diretos e indiretos, o aumento da arrecadação fiscal nas três esferas e o fortalecimento do núcleo do Poder Naval para missões de Defesa da Pátria”, prosseguiu o presidente.

“Mais que um projeto de governo, o Programa de Fragatas Classe Tamandaré é um projeto do Estado Brasileiro, gerenciado por uma empresa pública, a Engeprom. Por esse motivo, o Programa foi incluído no Novo PAC”, afirmou Lula.

O comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, também alertou, em seu discurso durante a solenidade, para a “imaturidade” de subestimar riscos à integridade territorial brasileira. A paz emana da força assertiva que se contrapõe à ilusória crença que nação pacífica estaria alheia às ameaças ou revides bélicos. Tal concepção exprime erro crasso”, apontou o almirante Olsen.

Leia o discurso de Lula na íntegra

Primeiro, eu tenho que ser portador de uma notícia muito ruim. E queria que todos se colocassem de pé para que a gente fizesse um minuto de silêncio, porque acaba de cair um avião na cidade de Vinhedo, em São Paulo, com 58 passageiros e quatro tripulantes, e parece que todos morreram. Eu queria pedir um minuto de silêncio para as vítimas.

Muito obrigado.

O lançamento desta fragata é mais um passo do Brasil rumo à modernização tecnológica de nossas Forças Armadas e ao fortalecimento de sua Base Industrial de Defesa.

Essa é uma iniciativa estratégica sob os mais diferentes pontos de vista: da defesa à economia, da tecnologia à cooperação internacional.

Este projeto, que agrega tecnologia de ponta, é o resultado de uma parceria muito bem construída pelo Ministério da Defesa e a Marinha do Brasil com o consórcio Águas Azuis, formado pela Thyssenkrupp, Embraer Defesa & Segurança e a Atech, subsidiária da Embraer.

Desde o nosso primeiro governo, buscamos sempre ampliar a capacidade de escolha do País por tecnologias que melhor atendam as demandas estratégicas, estimulem diferentes setores da economia e garantam as melhores oportunidades de formação dos profissionais brasileiros.

O poder de compra do Estado brasileiro pode e deve ser utilizado para fortalecer essa estrutura produtiva e estimular a geração de novas tecnologias e empregos.

Este projeto, particularmente, reúne uma série de vantagens que vão de encontro às nossas expectativas.

A construção das quatro fragatas contratadas ocorre em um estaleiro no Brasil, com grande participação da Indústria nacional.

Ela também envolve transferência de tecnologia, a geração de 8 mil empregos diretos e indiretos, o aumento da arrecadação fiscal nas três esferas e o fortalecimento do núcleo do Poder Naval para missões de Defesa da Pátria.

Mais que um projeto de governo, o Programa de Fragatas Classe Tamandaré é um projeto do Estado Brasileiro, gerenciado por uma empresa pública, a Emgepron.

Por esse motivo, o Programa foi incluído no Novo PAC.

Minhas senhoras e meus senhores;

Todos sabemos que a indústria de defesa é estratégica em qualquer país.

No Brasil, assume importância ainda mais expressiva por gerar inovações e incentivar a pesquisa, permitindo ao setor o controle de um segmento estratégico do ponto de vista geopolítico.

Além disso, incentiva o desenvolvimento de outras cadeias produtivas.

Em suma, seja pela imensidão do nosso território e das nossas fronteiras, seja pela diversidade das nossas riquezas naturais – que precisam ser protegidas – essa é uma indústria indispensável à nossa soberania.

É necessário ter soberania na área da defesa para garantir o domínio sobre nossas riquezas naturais, nosso mar e nosso pré-sal.

Do mesmo modo, é preciso ter a soberania no conhecimento, na tecnologia e na capacidade de liderar grandes projetos, para que não fiquemos para trás em relação ao resto do mundo.

O Brasil está no caminho certo para fortalecer sua soberania. Pois foi graças a uma empresa estatal, a um patrimônio construído por todos nós, que conseguimos tirar este projeto do papel.

Em um trabalho conjunto com a Marinha do Brasil, a Emgepron nos orgulhou a todos ao conduzir o projeto que integrou tantas tecnologias nesta fragata.

Foi ela que reuniu, aqui em Itajaí, gente de todo o mundo, com o único objetivo de tornar o Brasil ainda mais forte.

E mostrou, mais uma vez, que se um país quer ser competitivo e soberano, ele precisa ter o Estado presente.

Uma presença que não serve para reduzir a importância das empresas privadas, mas sim para desenvolver projetos de longo prazo, para construir o futuro, sem ficar preso ao pensamento imediatista das bolsas de valores.

Vimos isso nesta fragata. Mas podemos ver o mesmo no projeto de nosso submarino de propulsão nuclear, que está sendo construído por outra estatal ligada à Marinha do Brasil, a Amazul.

Ou no domínio de quase todas as etapas do ciclo de produção de combustível nuclear pelas Indústrias Nucleares do Brasil.

Minhas amigas e meus amigos;

Não teríamos a riqueza do pré-sal se fôssemos dependentes dos humores de mercado, sem poder contar com uma Petrobras que sempre olha para o futuro.

Não teríamos uma agropecuária tão competitiva se não houvesse a Embrapa, orgulho da pesquisa e da ciência em nosso país.

A soberania é um valor pelo qual lutamos todos juntos.

Uma soberania que está nas fragatas e nas empresas públicas fortes e inovadoras.

Uma soberania que está na democracia, e em um Estado efetivamente capaz de seguir criando, sempre, um país melhor para todos.

Muito obrigado.

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