O diretor de Política Monetária achou importante acalmar o “mercado” em evento em São Paulo nesta segunda-feira (12). Ele foi enfático na mensagem sobre a alta dos juros, que já havia sido explicitada na ata da última reunião do Copom
O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, “acalmou” o “mercado” nesta segunda-feira (12), garantindo aos banqueiros e rentistas que a possibilidade de aumento de juros, prevista na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, está na mesa do banco. Galípolo foi indicado por Lula para a diretoria do BC.
Ele achou importante dar essa garantia porque o chamado “mercado” (leia-se os bancos) não tinha ficado satisfeito com a ata do Copom. Os detentores de títulos não sentiram firmeza nos diretores da BC em garantir os seus superlucros elevando os juros e insinuaram que o BC estava tentando “ganhar tempo” em meio “a um momento de incertezas e volatilidade nos mercados”.
“Talvez em algum momento, quando se colocou o cenário alternativo (…), foi lido como retirar da mesa a possibilidade de alta. E isso não é a realidade do diagnóstico do Copom. A alta está na mesa, sim, do Copom”, afirmou.
“Talvez em algum momento, quando se colocou o cenário alternativo (…), foi lido como retirar da mesa a possibilidade de alta. E isso não é a realidade do diagnóstico do Copom. A alta está na mesa, sim, do Copom”, afirmou Galípolo, no Warren Day, evento realizado com investidores em São Paulo. Não foi à toa que Campos Neto disse na semana passada que a posição de manter os juros altos estava consolidada na diretoria do BC.
Sobre a ata, Gabriel Galípolo explicou ao mercado que em nenhum momento a autoridade monetária divergiu no tom do comunicado (publicado assim que sai a decisão de juros). A ata traz com mais detalhes o que balizou a decisão para a taxa Selic e é divulgada em até quatro dias úteis após a reunião.
A declaração foi feita após o mercado interpretar que o Banco Central não tinha deixado claro no comunicado que a alta dos juros era a tendência. A ata deixou mais claro, e, agora, a fala de Galípolo em São Paulo sinaliza que pode subir juros, algo que não havia sido feito antes. Ele afirmou que não é positivo, do ponto de vista de credibilidade para o BC, mirar em um lado e chutar para o outro canto, usando como referência o futebol para dizer que não há divergência entre as ações e a comunicação da autoridade monetária.
Galípolo disse que há um trabalho por parte dos novos diretores do BC, incluindo ele, de ganhar a credibilidade do mercado e que para se chegar a isso, é preciso convergir falas e ações. O diretor do BC disse que a transição de presidência será um passo importante e desafiador, já que é a primeira mudança de comando após a aprovação da autonomia da autarquia no governo passado. Ele afirmou que a tendência, com o tempo, é que as decisões estratégicas do BC ocorram de forma cada vez mais colegiada, ou seja, em equipe, após a autonomia aprovada.
Se havia alguma dúvida se a sabotagem à economia era exclusiva de Campos Neto, Galípolo deixou claro que a diretoria está coesa. Ele sinalizou que essa transição no BC após a saída de Campos Neto não deve causar muitas mudanças, citando que seis diretores da gestão anterior permanecerão na autarquia, e que o mercado já conhece como é o voto e a opinião deles.
Questionado sobre as contas públicas, Galípolo se esquivou de abordar a questão a fundo, dizendo que não é simples a captura do fiscal. O diretor do BC apenas repetiu o que estava na ata do Copom, ao dizer que a percepção do mercado de piora no quadro fiscal vai exigir uma reação da autarquia. Ou seja, parece que o BC, mesmo com a saída de Campos Neto, está querendo manter o país como campeão mundial dos juros altos.
Palhaçada da diretoria do BC;porque trocar presidência se a chantagem dos Bancos continua a penalizar o País????