O prefeito do Recife (PE), João Campos, de 30 anos, filho de Eduardo Campos, homenageou o pai nesta terça-feira, 13, data que marca os 10 anos de sua morte. Eduardo Campos, então candidato à presidência da República, faleceu aos 50 anos em um acidente aéreo na véspera da eleição.
“Há 10 anos, sinto um misto de saudade com a certeza de que ele está lá em cima, olhando e torcendo por nós”, escreveu João Campos nas redes sociais. “No dia em que a saudade bate mais forte, a gente se conecta através da fé. A fé que o meu pai também nos ensinou a cultivar, e que segue firme desde sempre em nossa família. Honraremos toda essa grandeza que é a vida de Eduardo Campos, e eu sigo aprendendo com ele mesmo na ausência”, refletiu João.
Mais tarde, ele publicou uma galeria de fotos que mostra ele e familiares em uma celebração religiosa na Igreja de Casa Forte.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, também homenageou Eduardo. Lula afirmou que seu legado continua vivo, e que sua relação com o ex-governador “ia muito além da política”. “Eduardo fazia política sem ódio. Herdou do avô o gosto pela negociação, a sensibilidade social e a habilidade para unir as pessoas”, escreveu o presidente.
E complementou: “Nossa parceria no meu segundo mandato foi uma das mais fortes que já tive com um governador, e levou desenvolvimento para Pernambuco. Mais do que uma respeitada liderança pernambucana e nordestina, se tornou uma referência nacional.”
Lula também disse que Eduardo “nos deixou muito cedo, privando o Brasil de um de seus homens públicos mais preparados, uma pessoa que eu via como um futuro presidente da República”. “Nos dez anos de sua morte, o legado de Eduardo Campos continua vivo, em especial nos seus filhos, que com ele aprenderam desde pequenos a importância da política”, finalizou.
ALEPE
A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realizou, nesta segunda-feira (12), uma sessão solene em homenagem a Eduardo Campos, na véspera dos 10 anos de sua morte. Com a presença da família, inclusive do prefeito do Recife, João Campos (PSB), deputados relembraram o legado do líder socialista em Pernambuco.
O presidente da Casa Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), foi o primeiro a falar. “Mesmo sendo oposição, sempre que procurei Eduardo fui recebido com delicadeza e gentileza. Nesses 10 anos, é importante reconhecer seu legado. Ele certamente está eternizado no povo de Pernambuco e do Brasil”, disse o presidente da Alepe.
O autor da proposta de homenagem, Diogo Moraes (PSB), relembrou a trajetória do ex-governador. “Eduardo foi um dos maiores estadistas que este país já teve. Junto às mortes de Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves, a de Eduardo Campos foi uma das maiores perdas da história do País”, disse Moraes.
O senador Humberto Costa (PT) participou, por vídeo, da homenagem. “Sem dúvidas, Eduardo faz muita falta a Pernambuco e ao Brasil. Os momentos difíceis que vivemos recentemente seriam bem diferentes se Eduardo Campos estivesse presente. Poucos gestores tinham a capacidade que Eduardo tinha”, afirmou o petista.
O presidente do PSB, Sileno Guedes, falou em seguida, presencialmente, ressaltando que começou o “Ano Eduardo Campos”, que promoverá uma série de homenagens ao líder político até o dia 10 de agosto de 2025, quando o ex-governador completaria 60 anos. “Ao longo de todo o ‘Ano Eduardo Campos’, o partido vai investir em diversas atividades para homenagear o legado do homem que seria o presidente de todos os brasileiros”, disse Sileno.
Após a fala de Sileno, Pedro Campos, deputado federal e filho do ex-governador, homenageou o pai. “Construir consensos foi uma consequência da forma ampla de Eduardo fazer política. Para ele, a política era um instrumento para transformar a vida das pessoas e do estado e, quando você coloca isso à frente, não se perde em brigas e problemas menores de ordem pessoal. A visão ampla, a articulação política e as entregas que beneficiam o povo que mais precisa são seu principal legado”, afirmou.
João Campos também falou: “Sequência de datas muito delicadas: Dia dos Pais, o aniversário do meu pai e os 10 anos daquele 13 de agosto de 2014. O que me marca é que todos os dias estou nas ruas e as pessoas seguem falando dele. Isso é impressionante. Pessoas que nunca o conheceram, mas criaram um sentimento por ele. Isso é muito raro na política. Ter isso aos 49 anos é muito raro”, disse.
Após a fala do prefeito, o hino de Pernambuco foi tocado, e o presidente da Assembleia, Álvaro Porto, encerrou a reunião solene. Também estiveram presentes na homenagem Marília Arraes (SD), secretários do Recife e presidentes de partidos que apoiam o PSB.
Eduardo morreu em 13 de agosto de 2014, quando viajava pelo Brasil em campanha pela presidência. A aeronave em que ele estava, um jatinho Cessna, matrícula PR-AFA, caiu em Santos, no litoral de São Paulo, e matou mais quatro passageiros e dois tripulantes. Três pessoas em solo ficaram feridas.
Neto do ex-governador Miguel Arraes, figura emblemática na política local, Eduardo também governou Pernambuco por dois mandatos. Ele deixou a esposa, Renata Campos, e quatro filhos.