Em meio a denúncias realizadas pela população, por artistas e pelo PCdoB em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, ficou evidenciado que a estátua de Tiradentes, que fica na praça Batalhão Tiradentes, completou mais de um ano vandalizada. Em vídeos divulgados nas redes sociais, os moradores da cidade denunciam a estátua sem cabeça, vandalizada e sem qualquer reparo. A prefeitura local nunca se organizou para reformar a estátua.
Em suas redes sociais, o candidato a vereador Maycon Maciel denunciou o descaso com a obra. Ele, que gravou um vídeo no dia 21 de abril, Dia de Tiradentes, voltou na semana passada para mostrar que nada foi mudado; muito pelo contrário, a estátua se deteriorou ainda mais. Em protesto, Maycon realizou um ato simbólico.
“E aí pessoal, esse foi um dos primeiros conteúdos que a gente gravou aqui no Centro da Cidade no dia 21 de abril, exatamente denunciando que fazia já algum tempo que a estátua do Tiradentes tinha sido vandalizada aqui no Centro de Campos. Agora, no último 5 de agosto, completou um ano, um ano mesmo com matérias de jornais, com as nossas denúncias. A Prefeitura de Campos parece não ter dinheiro nem para sequer fazer a restauração desse patrimônio. É um retrato do abandono do Centro da Cidade nos equipamentos culturais históricos do nosso município”, disse.
“E está aqui ó, já que o prefeito não tem dinheiro para fazer a cabeça da Tiradentes, a gente mandou fazer uma cabeça nova para a gente colocar aqui no lugar. Queria agradecer ao artesão Mário, que se solidarizou e se colocou à disposição para fazer esse monumento. A gente vai colocar aqui simbolicamente Tiradentes de volta no lugar, o herói nacional que representa não só Campos, mas o povo brasileiro. Me faz o pix. A estátua já está consertada. Na verdade, tem que terminar de consertar. Falta o ombro, mas aí ele já está querendo demais. Pelo menos a cabeça está no lugar. Estava vergonhoso isso aqui sem cabeça”, afirmou nos vídeos divulgados nas redes sociais.
RECUPERAR A CIDADE
Em uma declaração ao jornal Hora do Povo, Maycon afirmou que é preciso recuperar essas obras e o centro histórico da cidade, ressaltando que há dois movimentos a serem realizados para a cidade de Campos, ao norte do Rio de Janeiro.
“Para nós, existe hoje um debate muito grande, um movimento em defesa da recuperação do centro, porque o centro está em processo de decadência, de esvaziamento, o comércio fechando as portas. É um problema econômico da cidade. Sobre essa questão específica, são duas questões: esse movimento em defesa da recuperação e da manutenção do centro histórico da cidade, e ao mesmo tempo um movimento em defesa da cultura, porque existem vários equipamentos culturais da cidade que estão abandonados, como o Palácio da Cultura”, disse.
“Nós começamos a fazer um movimento de denúncia, fizemos no dia 21 de abril, simbolizando isso, fizemos esse movimento em defesa pela recuperação da estátua. Dessa forma, a prefeitura não deu nenhuma resposta, e sabemos que Tiradentes é um herói nacional, um símbolo nacional. Então, tem que ser reconhecido, tem que ser valorizado”, continuou Maycon.
Por fim, Maycon afirmou que é preciso zelar pelo patrimônio e pela história de Campos, berço de grandes abolicionistas e figuras da história do país. “É preciso recuperar o centro da cidade e preservar a história de Campos.” “Nós fizemos o ato, mandamos fazer ali uma cabeça e colocamos no lugar, mas podemos observar pelo vídeo que a estátua está em um estado muito deplorável, e é exatamente o que a gente também vem denunciando, esse apagamento da história de Campos. Nossa cidade tem uma história muito importante. Nilo Peçanha, que é campista, José do Patrocínio, também campista, tiveram um movimento abolicionista aqui muito forte. É uma cidade emblemática, esse movimento de abolição pela república, e a estátua de Tiradentes, abandonada pela atual gestão, está do jeito que está. Nosso movimento vem para cobrar a recuperação do centro da cidade, e tendo Tiradentes como símbolo, esse símbolo de herói nacional completamente abandonado, é um apagamento da nossa história, das nossas lutas e do nosso povo”, afirmou Maycon.