Convocadas por um grupo criado no Facebook, o “Mulheres unidas contra Bolsonaro”, milhares de mulheres irão às ruas neste sábado, 29 de setembro, para protestar contra a truculência e o reacionarismo do candidato do PSL. Estão previstos atos em 24 Estados e em outros dez países.
O eleitorado feminino, que corresponde a 52% do total de eleitores brasileiros, se tornou um problema para Jair Bolsonaro. O índice de rejeição ao capitão da reserva entre as mulheres chegou a 54% na mais recente pesquisa do Ibope. Ou seja, praticamente metade do eleitorado feminino não aceita votar nele de jeito nenhum. Entre os homens, seu índice de rejeição é de 37%.
O candidato já deu diversas manifestações machistas e misóginas. Em uma entrevista ao jornal “Zero Hora”, em 2014, disse que não achava injusto uma mulher ganhar menos do que o homem para a mesma função, pois mulher engravida e tem licença maternidade. É dele, também, a seguinte frase: “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”.
Criado no início do mês, o grupo “Mulheres unidas contra Bolsonaro”, o principal desse movimento nas redes sociais, soma 3,2 milhões de participantes. De lá para cá, ganhou notoriedade progressiva e chegou a ser hackeado no dia 16 – foi transformado em “Mulheres com Bolsonaro”. As manifestações deste final de semana também têm sido alvos de ameaças.
Mais de dez mulheres já passaram pela Delegacia de Defesa da Mulher, em Ribeirão Preto, para denunciar que receberam ameaças por estarem na organização ou confirmarem presença no protesto na cidade. O ato está previsto para as 11 horas, na Esplanada do Theatro Pedro II.